Diretor da PF defende Moraes contra X e relata casos de ameaças

Atualizado em 14 de setembro de 2024 às 10:29
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues – Foto: Reprodução

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal (PF), defendeu publicamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em reunião com empresários na última quinta-feira (12), em São Paulo. Durante o encontro, Rodrigues detalhou o motivo que levou à suspensão da rede social X no Brasil, medida tomada por Moraes após a rede ignorar ordens judiciais. Com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Segundo Rodrigues, o caso que impulsionou a suspensão envolveu o senador Marcos do Val, que fez uma postagem no X com fotos da esposa e da filha de 5 anos de um delegado responsável por investigá-lo. A legenda da postagem trazia a frase: “Procura-se vivo ou morto”, gerando uma série de comentários ameaçadores. “Imaginem, uma criança de 5 anos envolvida nisso. O que gerou comentários na linha: ‘morto vale quanto?'”, relatou o diretor, destacando o impacto psicológico na família do delegado.

Rodrigues também explicou que a PF solicitou que o X removesse a postagem, mas a plataforma não atendeu ao pedido. “O X ignorou solenemente a determinação de Moraes e continuou desobedecendo, mesmo quando foi aplicada uma multa diária de R$ 50 mil”, disse ele. Segundo o diretor, a rede social ainda ameaçou fechar seu escritório no Brasil, dificultando o cumprimento das ordens judiciais.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal – Foto: Reprodução

Como último recurso, Moraes determinou o bloqueio temporário da plataforma no Brasil. “O que vocês fariam no lugar de Moraes ou do delegado ameaçado?”, questionou Rodrigues aos empresários presentes, recebendo reações de indignação. Ele ressaltou que o bloqueio foi a única solução após a contínua desobediência do X.

O delegado ameaçado faz parte da equipe que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, e as ameaças contra ele são objeto de outra investigação. Foi no contexto dessas ameaças que Moraes tomou a decisão de suspender o X, no início de agosto.

A medida de bloqueio foi intensificada após uma decisão anterior, que incluía a prisão da representante da plataforma no Brasil caso as ordens de remoção de perfis não fossem cumpridas. Desde o final de agosto, o X permanece suspenso no país.

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