Andrei Passos, diretor-geral da Polícia Federal, afirmou que a corporação vai apurar possíveis atos criminosos praticados pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele diz que até mesmo o ex-chefe do Executivo poderá ser atingido pelas investigações.
“A trajetória da Polícia Federal é essa, é investigar, e seguirá assim. Houve uma série de atos praticados que são crimes, e eles precisam ser apurados”, afirmou o diretor da PF à coluna Painel na Folha de S.Paulo. Ele ainda diz que a corporação vai apurar “se houve falha, se houve omissão, se houve algum problema” durante a gestão.
Ele ainda aponta que alguns casos antigos podem ser reabertos. “Vamos analisar se há investigações a serem abertas, e as que já estão em andamento”, prosseguiu.
Questionado se o ex-presidente poderia ser alvo de alguma das investigações, ele afirmou: “O que for crime será investigado, seja de quem for”.
A corporação tem sido pressionada por militantes para apurar possíveis crimes cometidos pelo presidente. Durante a posse de Lula no último domingo (1), apoiadores do petista fizeram um coro de “sem anistia”, pedindo para que os delitos do governo anterior sejam investigados.
O novo ministro da Justiça, Flávio Dino, já afirmou que não vai haver perseguição ou vingança contra Bolsonaro na gestão de Lula.
“Não vai haver orientação nem para favorecimento, tampouco para perseguição. Justiça é uma necessidade e não se confunde com vingança e perseguição. A Polícia Federal estará a serviço da Justiça, e a orientação é a aplicação da lei. Não pode ter proteção, fraude, conivência e condescendência. Por outro lado, não vai haver nenhum tipo de delírio persecutório, inclusive contra a família Bolsonaro”, afirmou ele no mês passado.
Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, também se manifestou sobre o assunto e disse que uma eventual anistia a Bolsonaro “não é agenda pessoal” de Lula. Ele também apontou que uma possível responsabilização do ex-presidente é tarefa da Justiça.