Derrubada pelo governo Bolsonaro do cargo de diretora da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a médica Cristiane Jourdan Gomes vem tentando prorrogar o seu mandato no órgão regulador. Ela quer impedir a nomeação do advogado Daniel Meirelles, assessor do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para o seu lugar.
Apesar de seu mandato estar marcado para acabar no próximo dia 24 de julho, ela argumenta que o governo errou ao interpretar a nova lei das agências reguladoras e fixar o tempo de sua gestão. A médica pretende ficar no cargo até 4 de novembro de 2025.
Cristiane afirmou que o caso é uma “aberração jurídica”. Ela já recorreu à AGU (Advocacia-Geral da União), mas ainda não obteve resposta. Se não for atendida, planeja ir à Justiça. “Vou judicializar. E é claro que a judicialização não garante [a mudança no mandato], mas coloca em evidência os fatos dentro de um processo legal”, declarou a diretora à Folha.
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Assessor de Queiroga foi indicado por Bolsonaro
No primeiro dia útil após a janela partidária, o presidente indicou Daniel Meirelles para a vaga de Cristiane Rose. A Terceira Diretoria cuida de toxicologia e produtos fumígenos (tabaco), entre outros assuntos.
Quando foi diretor-adjunto na Agência Nacional de Saúde, Meirelles nomeou Isabela Braga Netto como gerente no órgão. Ela é filha do agora ex-ministro da Defesa Braga Netto, que será candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro.
Isabela é formada em design e ocuparia um cargo técnico na agência que regula e fiscaliza os planos de saúde. A nomeação completamente descabida causou polêmica na época e forçou o governo a voltar atrás.