O Centrão, base política do presidente Jair Bolsoaro (PL), tem pressionado para derrubar a diretora da Anvisa. Segundo a médica Cristiane Jourdan Gomes, ela vem sofrendo com pressões para encerrar seu mandato por parte do bloco. A guerra entre a agência e políticos principalmente bolsonaristas já vem desde o início da vacinação no Brasil.
Ela foi indicada por Bolsonaro e virou peça-chave na ala ideológica do governo, já que votou em alinhamento com pautas mais radicais do governo. Outros nomes já aparecem para substituir o cargo, como o advogado Daniel Meirelles Fernandes Pereira, assessor especial de Marcelo Queiroga.
“Fico assustada com as coisas que acontecem lá dentro. Existe uma influência enorme das indústrias, uma influência enorme do Congresso”, disse. Jourdan foi nomeada diretora para um mandato no começo de 2021, que deve durar um ano e sete meses. No entanto, ela questiona a decisão e já afirmou que seu mandato deveria ser de cinco anos, que sempre foi o padrão dos diretores da Anvisa.
Além disso, disse ela, existe a vontade, dentro também da Anvisa, para que ela saia do cargo, já que incomoda outros diretores. Um exemplo foi sua decisão contra a importação emergencial das vacinas Covaxin e Sputnik.
Segundo ela, seu caso passou por “um grupo composto pelo general (Walter) Braga Netto, pelo general (Luiz Eduardo) Ramos, pelo Ciro Nogueira e pelo (Arthur) Lira.”