Discípulo de Mujica é o favorito para derrotar a direita na eleição uruguaia

Atualizado em 27 de outubro de 2024 às 8:54
Álvaro Delgado (à esq.) Yamandú Orsi (à dir.) se enfrentam no Uruguai
Foto: PABLO PORCIUNCULA e EITAN ABRAMOVICH / AFP

No Uruguai, em vez dos “santinhos” comuns no Brasil, são as listas eleitorais que dominam as ruas antes das eleições, que ocorrem neste domingo (27). Essas listas ajudam os eleitores a escolher partidos e candidatos para depositar nas urnas.

A disputa presidencial é liderada por Yamandú Orsi, da Frente Ampla (FA), com 41% das intenções de voto. Ele é professor de história, tem 57 anos e é discípulo do ex-presidente José “Pepe” Mujica, seguido por Álvaro Delgado, do Partido Nacional, que tem 22%. Delgado tem 55 anos, é veterinário e foi secretário da Presidência durante o mandato de Lacalle Pou. O segundo turno, marcado para 24 de novembro, é provável.

Yamandú Orsi e Pepe Mujica, no evento de encerramento da campanha. Foto: AFP

Além da preocupação em conquistar a presidência, é essencial conseguir também a maioria no Congresso. Os mecanismos de ação do presidente são bem limitados (diferente do Brasil, que possui medidas provisórias, por exemplo) — ou seja, o chefe do Executivo depende muito do Legislativo. O lado que conseguir essa maioria poderá argumentar no segundo turno que terá governabilidade, algo que tem peso no Uruguai.

Em sua campanha, Orsi foca em segurança e benefícios sociais, enquanto Delgado promete menos impostos e atrair investimentos. No último comício da FA, a candidata a vice, Carolina Cosse, incentivou a participação dos jovens nas urnas, apelando ao envolvimento político.

Além da eleição presidencial, dois plebiscitos também ocorrerão. Um propõe baixar a idade mínima de aposentadoria de 65 para 60 anos, mas não conta com grande apoio. O outro busca autorizar invasões policiais noturnas para combater o narcotráfico, algo que ganhou força devido ao recente aumento da violência, com 10,7 assassinatos por 100 mil habitantes, ainda assim inferior à taxa brasileira de 22,8 por 100 mil.

O novo presidente uruguaio assumirá apenas em março de 2025, coincidentemente na comemoração dos 40 anos de redemocratização do país.

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