Disparada do dólar leva Haddad a cancelar viagem para Europa

Atualizado em 3 de novembro de 2024 às 14:15
Fernando Haddad. Foto: Divulgação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua viagem à Europa, prevista para esta segunda-feira (4), com o objetivo de se dedicar à finalização do pacote de corte de gastos. A mudança de planos foi solicitada pelo presidente Lula, que pediu ao ministro que permanecesse em Brasília para tratar das questões econômicas. Ele retornaria ao Brasil no sábado (9), após compromissos em Paris, Londres, Berlim e Bruxelas.

O cancelamento da viagem ocorre em meio a um aumento da pressão do mercado financeiro devido à demora no anúncio das medidas de controle fiscal. Na última sexta-feira (1), o dólar encerrou em alta de 1,52%, cotado a R$ 5,869, o maior patamar desde 2020.

A alta foi impulsionada, entre outros fatores, pela incerteza quanto ao corte de gastos, além do impacto de eventos internacionais, como as eleições presidenciais nos Estados Unidos. A proposta de corte de gastos está sendo discutida pelo governo, mas enfrenta resistências internas. Lula tem buscado alinhar os detalhes para evitar retrocessos nas negociações e garantir apoio no Congresso.

Na quinta-feira (31), Haddad reuniu-se com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que o governo está elaborando para autorizar ajustes temporários no orçamento, visando a estabilização da dívida pública.

Fernando Haddad ao lado de Rodrigo Pacheco. Foto: Divulgação

Uma das medidas em discussão é a prorrogação da DRU (Desvinculação de Receitas da União), que permite ao governo utilizar 30% das receitas vinculadas. A ideia é fazer uma DRU transitória que permita flexibilizar a aplicação de recursos carimbados para áreas como saúde e educação.

Lideranças parlamentares já demonstraram apoio ao controle de despesas, ressaltando que o espaço para aumento de arrecadação está esgotado. Em entrevista recente, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), destacou a pressão que os pisos de saúde e educação exercem sobre o orçamento, sugerindo mudanças nas regras de vinculação de receitas.

O cancelamento da viagem à Europa é semelhante a outras situações em que Haddad precisou adiar compromissos internacionais para focar em temas fiscais. Em abril, o ministro antecipou o retorno de uma viagem aos Estados Unidos para avançar em negociações no Congresso sobre o ajuste fiscal.

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