Distopia é o que vai acontecer daqui a alguns anos. Por Moisés Mendes

Atualizado em 30 de agosto de 2024 às 7:20
O candidato à Prefeitura de SP Pablo Marçal – Foto: Reprodução

As pesquisas mostram empate técnico no primeiro turno dessa eleição para prefeito de São Paulo, no ano da graça e das desgraças de 2032, um ano par, que sempre traz problemas.

Uma década depois da tentativa de golpe articulada durante a eleição de 2022, três facções se habilitam a ir para o segundo turno, com diferenças dentro da margem de erro.

A facção DAMF (Deus Abençoa os Mafiosos de Fé), liderada por quadrilhas da zona leste da capital, tem 23%. A quadrilha dos Manos do Itaim Bibi com Jesus, criada por famílias com vínculos com a nobreza paulistana, tem 20,5%.

E a Gangue do Marçal, da Faria Lima, comandada pelo coach-vidente-influencer Pablo Marçal, que tentará de novo a eleição ao Planalto de dentro da cadeia, em 2034, está com 19,8%.

Marçal, que se afastou do PCC e hoje chefia um grupo de profetas e exorcistas de dentro da Papuda, diz que a sua gangue-quadrilha vai reagir e vencer a eleição.

A gangue de Marçal tem o apoio de ex-presidentes do Banco Central, da Fiesp e da chamada ala da minissaia Berliner da Folha. O Estadão apoia a DAMF. O Globo está neutro.

Keko da Faria Lima, envolvido em golpes com bitcoins e em sorteios fraudulentos de Porsches, é o candidato de Marçal. Todos os candidatos dos partidos-quadrilhas usam codinomes, com autorização da Justiça Eleitoral.

Todos estão presos, mas foram beneficiados pelo fim da Lei da Ficha Limpa. Cara de Galo Véio, da DAMF, e Dida da Titia, dos Manos do Itaim Bibi, disseram no Podcast do Bafo de Bugio, falando online da prisão, que é preciso elevar o nível da campanha.

Merval Pereira, analista de O Marte, novo jornal da Globo, diz que o rentismo com função social, representado por Keko da Faria Lima, está crescendo pela capacidade de conciliação e porque assumiu compromissos claros com o arcabouço fiscal municipal, que congela salários dos servidores por 20 anos.

O ex-juiz e atual senador Sérgio Moro – Foto: Reprodução

A eleição terá voto eletrônico, voto impresso e atas eleitorais. O ex-juiz Sergio Moro, que fez harmonização de voz para dublar Keko da Faria Lima nos debates, será o secretário da Justiça do candidato, se for absolvido em processos que correm há mais de uma década no CNJ.

Lembrando sempre que os três candidatos que lideram as pesquisas à prefeitura de São Paulo estão presos pela invasão de Brasília depois da eleição de 2026, que reelegeu Lula com 65% dos votos.

O presidente Marcelo Adnet viaja amanhã à Venezuela, para tentar convencer o presidente Nicolás Maduro a entregar as atas que comprovem sua reeleição em 2030.

Originalmente publicado em Blog do Moisés Mendes