Divulgador de fake news, Silas Malafaia abriu 43 novas igrejas no governo Lula

Atualizado em 6 de outubro de 2022 às 12:30

Publicado na Rede Brasil Atual

O presidente Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, no Palácio do Planalto
Foto: Reprodução/Isac Nóbrega

Mesmo após sentença do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou sua remoção das redes sociais, postagens que afirmam que Lula (PT) vai fechar igrejas evangélicas e perseguir cristãos caso seja eleito voltaram a ser disparadas logo após o primeiro turno.

Ou seja, o bolsonarismo já estava preparado para criar uma falsa “batalha espiritual” como forma de atacar o candidato da coligação Brasil da Esperança. A estratégia é favorecer o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), que tem proximidade com parlamentares conservadores que promovem a chamada pauta de costumes, com forte cunho religioso.

Uma das vozes mais raivosas contra a reeleição do ex-presidente Lula, o pastor Silas Malafaia é também um dos que mais propagam essa que é uma das principais fake news deste começo de campanha pelo segundo turno das eleições.

Apoiador de Bolsonaro de todas as horas, Malafaia foi até incluído graciosamente na comitiva brasileira que foi a Londres para os funerais da rainha Elizabeth 2ª. E não perde a chance de acusar Lula de “o presidente mais corrupto da história do mundo” e afirmar que “não vai permitir a sua reeleição.”

O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) levou o pastor Silas Malafaia para viagem oficial em Londres
Foto: Reprodução/Redes Sociais

No entanto, a realidade demonstra que, além de que Lula foi vítima de uma farsa jurídica para tirá-lo das eleições de 2018, Malafaia e seus seguidores jamais foram perseguidos nos governos do ex-presidente. Tampouco teve uma única de suas igrejas fechadas. Aliás, ao contrário.

De acordo com a Receita Federal, entre os anos de 2003, início do primeiro mandato de Lula, até 2010, em que encerrou o segundo, Silas Malafaia abriu 43 novos templos de sua seita, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Foi nesses oito anos, inclusive, que seu império evangélico ganhou impulso, em paralelo com a alta geral da renda do brasileiro. Até então, apesar de já se dedicar a “divulgas a palavra” há décadas, sua Assembleia tinha “apenas” seis templos, sendo cinco abertos em 1971 – quatro na cidade do Rio de Janeiro e um em Nilópolis, na Baixada Fluminense. A outra sede fica em Duque de Caxias, também na Baixada, e havia sido inaugurado em 2002.

Rio ficou pequeno para Malafaia

A total liberdade para proferir sua fé religiosa proporcionada pelo democrático presidente Lula possibilitou a Malafaia abrir mais uma igreja no Rio Janeiro logo no primeiro ano do novo governo. Dois anos depois, surgiu mais uma, agora em São Gonçalo. Em 2006, mais dois templos da Vitória em Cristo no Rio de Janeiro e um outro, em 2007. Neste mesmo ano, subiu a Serra Fluminense, para instalar uma casa de suas orações no município de Cordeiro.

Em 2008, segundo ano do segundo mandato de Lula, Malafaia daria um novo salto: abriu 11 novos templos, sendo sete no Rio, dois em Duque de Caxias, um em São João do Meriti e outro em Rio das Ostras, município do norte fluminense, então próspera cidade do petróleo, antes da Lava Jato.

Em 2009 foi aberta apenas mais, desta vez em Angra dos Reis. Até aqui, apesar de já configurar-se um império religioso, todas as igrejas comandadas pelo pastor Silas Malafaia ficavam em solo fluminense.

Porém, no ano de 2010 o agora também empresário viria a expandir sua cadeia como nunca antes. Sem, contudo, “esquecer” seu estado natal. Malafaia inaugurou 25 novos templos, sendo mais 16 no Rio. Duque de Caxias, São João do Meriti, Niterói, Rio das Ostras, Magé e Macaé “ganharam” mais um templo cada.

Malafaia encerrou sua expansão sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva prolongando “a palavra” para outros estados. Primeiro foi Natal, no Rio Grande do Norte. Em seguida vieram templos nas cidades de Moreno e Escada, em Pernambuco. Por fim, em Carangola, Minas Gerais. Hoje sua seita tem centenas de templos espalhados pelo país e já está em Portugal.

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