O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília dividirá pelo menos até o final do ano o espaço de lazer e cultura com políticos e jornalistas que cobrem o governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dos 17 mil m² de área construída do CCBB, 5 mil m² foram cedidos à transição.
O espaço recebeu algumas reformas para receber os mais de 300 funcionários nomeados e voluntários que trabalham sob a coordenação do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), além de dezenas de jornalitas que se espalham pelos patos e gramados do centro cultural.
Um dos principais desafios para a imprensa que cobre diariamente o entre e sai de técnicos e políticos é o local reservado para acomodar jornalistas. Foi instalado na frente do CCBB uma tenda cercada por lonas, apelidada de “estufão”, pelo calor e falta de circulação adequada de ar. Apenas nos últimos dias foi disponibilizado um ventilado para amenizar o calor escaldante.
O teatro e o cinema do CCBB tiveram visitações diminuídas para receberem as coletivas de imprensa, como na coletiva dessa quarta-feira (23) onde o senador eleito Flávio Dino, ao lado do ex-ministro Aloizio Mercadante, apresentaram o cenário de penúria orçamentária que atinge, tanto a Polícia Federal (PF) quanto a Polícia Rodoviária Federal (PRF) que estão com algumas atividades fins suspensas por falta de verbas.
Grades foram espalhadas por vários pontos do térreo para garantir o trânsito de autoridade.
Quando Lula e Alckmin estão no CCBB alguns pontos do local ficam interdidados e permitido a passagem apenas do pessoal autorizado. As portarias usadas pelas autoridades e pela equipe da transição ganharam detectores de metais a fim de ampliar a segurança.
A questão da segurança do local é dado como fato prioritário da equipe de transição. Nesta quinta-feira (24) equipes do esquadrão anti-bomba estiveram no local para fazer uma varredura nas proximidades do anfiteatro, onde foi preparado um telão para que o Geraldo Alckmin, Gleisi Hoffmann, Randolfe Rodrigues, Eliziane Gama, entre outras autoridades acompanharam a estreia do Brasil contra a Sérvia, jogo vencido por 2 a 0 para o time canarinho.
Algo curioso aconteceu no início da transição no CCBB. Na primeira semana de novembro a equipe do presidente Lula rejeitou uma estrutura montada pela Gabinete de Segurança Institucional (GSI), coordenado pelo ministro-chefe general Augusto Heleno.
O grupo do governo petista achou estranha a chegada de 40 funcionários do GSI que se dispuseram a trabalhar no gabinete de transição, que recusou a ajuda. A equipe de Lula teria desconfiado de que a generosidade poderia ter alguma segunda intenção, como uma possível espionagem.
Pela legislação que rege a política de transição de governo, os integrantes da equipe precisam deixar o CCBB até 10 de janeiro, ou seja, 10 dias após a posse do novo presidente.