Em nota, que foi publicada no perfil no Facebook de Luis Felipe Miguel, reitores da UnB (Universidade de Brasília) consideram os ataques de Israel ao povo palestino como “genocídio”.
“Não se trata de uma guerra. Esta assimetria demarca mais uma feição do genocídio étnico perpetrado por Israel”.
Os reitores se solidarizam com o povo palestino, vítima do massacre israelense, e afirmam:
“Por fim, apelamos às autoridades, organizações da sociedade civil e ao povo brasileiro que denunciem os crimes de Israel na Palestina e apoiem a luta do povo palestino para assegurar que possam viver em paz em sua terra, o Estado da Palestina, com Jerusalém sua capital”.
Leia a nota na íntegra:
Nota dos docentes da UnB sobre os recentes ataques de Israel ao povo palestino
Ratificando o posicionamento contrário às aproximações para colaboração entre a UnB e o Estado de apartheid israelense, a Assembleia Geral da ADUNB vem a público se solidarizar com o povo palestino e expressar seu profundo rechaço aos recentes ataques bélicos impingidos ao seu território por Israel.
A assimetria entre um povo que luta por seu território e pelo direito à vida e um regime racista que usa dos meios mais violentos na sua cruzada intolerante demonstra que na opressão de Israel à Palestina se revela a atualidade das práticas colonialistas e imperialistas que não merecem nenhum tipo de apoio de nações que tenham algum compromisso com a democracia. Não se trata de uma guerra. Esta assimetria demarca mais uma feição do genocídio étnico perpetrado por Israel. A escalada da barbárie do poderio militar israelense contra o povo palestino segue em Jerusalém, Cisjordânia e nos territórios ocupados em 1948. Na Faixa de Gaza, que é um território sitiado, até o momento foram mortas mais de 80 pessoas, sendo 14 crianças e três mulheres, além de 320 pessoas feridas, como ressalta nota do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – Conic.
As ações de Israel de limpeza étnica em Jerusalém, expulsando moradores do bairro Sheikh Jarrah, para substitui-los por colonos judeus israelenses, representa um infringimento das Resoluções da ONU e da Convenção de Genebra que proíbem o despejo e o deslocamento de populações sob ocupação militar, como é o caso do povo palestino. A inobservância, por parte de Israel, das orientações da ONU e dos dispositivos internacionais de regulação em situações de conflito/ocupação tem sido amplamente denunciada por organizações internacionais e de diversas ONGs de direitos humanos, dentre elas Human Rights Watch e B’Tselem (a maior israelense do gênero), crime apurado pelo Tribunal Penal Internacional, somado aos de guerra e de lesa-humanidade, como aponta a nota da Federação Árabe Palestina no Brasil – FEPAL.
Também registramos a brutal repressão aos cristãos, incluindo sacerdotes, impedindo-os de acesso à Igreja do Santo Sepulcro para a cerimônia do Fogo Sagrado, na Pascoa, e o bloqueio, no início do Ramadã, do Portão de Damasco, que dá acesso à Esplanada das Mesquitas, incluindo Al-Aqsa.
Por fim, apelamos às autoridades, organizações da sociedade civil e ao povo brasileiro que denunciem os crimes de Israel na Palestina e apoiem a luta do povo palestino para assegurar que possam viver em paz em sua terra, o Estado da Palestina, com Jerusalém sua capital.
Brasília, 13 de maio de 2021.
Assembleia Geral da Associação de Docentes da Universidade de Brasília – ADUNB-SS