Documentário de Oliver Stone sobre Lula é aclamado em estreia em Cannes

Atualizado em 19 de maio de 2024 às 20:52
Oliver Stone e Lula

“Lula”, o documentário sobre o presidente, preparado há anos pelos cineastas Oliver Stone e Rob Wilson, foi finalmente apresentado ao público.

A estreia ocorreu durante o Festival de Cannes, na mostra “Sessões Especiais”, atraindo uma plateia diversificada e entusiasmada, que não era majoritariamente brasileira, na sala Agnès Varda.

Oliver Stone, notável por sua abordagem crítica e politizada no cinema, como visto em “Platoon” e “JFK”, também se dedica a documentários que exploram questões significativas, como em “Ao Sul da Fronteira”. Em “Lula”, ele examina a trajetória única de Luiz Inácio Lula da Silva, desde sua origem humilde até sua ascensão política.

Stone e sua equipe foram calorosamente recebidos com aplausos e agradecimentos ao final da exibição. O filme contextualiza a política brasileira para uma audiência global, enquanto Stone reitera sua perspectiva em cada cena, não esquivando-se de criticar a interferência dos EUA na política brasileira, conforme evidenciado por depoimentos.

Stone descreve Lula como um líder da classe trabalhadora, destacando sua luta e capacidade de superação. Ele apela ao público para não odiar Lula, enfatizando sua “alma maravilhosa”.

“Este filme é sobre uma pessoa muito especial no mundo hoje. Acho que ele é um dos únicos líderes que é da classe trabalhadora, que veio da base, que aprendeu a ler tarde. Ele realmente lutou para ser quem ele é. E ele luta mais ainda no filme. Por favor, eu admiro este homem profundamente. E eu sei que muita gente o odeia. Eu não acho que vocês o odeiam. Por favor, não o odeiam muito porque ele tem uma alma maravilhosa”, falou.

O documentário traça um retrato didático, começando pela infância de Lula em Pernambuco, sua mudança para São Paulo, e seu envolvimento crescente no sindicalismo até fundar o PT. Apesar das adversidades políticas recentes no Brasil, “Lula” é descrito pelos produtores como um “feel good movie”.

O documentário também critica a grande mídia brasileira por seu papel na desinformação, descrita por Stone como oligárquica e conservadora.