O doleiro usado na intervenção federal no Rio de Janeiro, chefiada por Walter Braga Netto, também participou do esquema para envio de cocaína em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) dentro da comitiva do então presidente Jair Bolsonaro em 2019. O criminoso é Márcio Moufarrege, conhecido como Macaco. A informação é do Metrópoles.
Documentos oficiais das investigações da Polícia Federal mostram que ele é acusado de movimentar dinheiro dos fornecedores que compraram a droga entregue a sargento preso em Sevilha, na Espanha, em junho de 2019.
Moufarrege também está envolvido no caso de fraude internacional em licitação por transferir dinheiro clandestinamente, entre Estados Unidos e Brasil, para militares envolvidos na tentativa de comprar 9.360 coletes balísticos para a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-DF).
O criminoso é réu na Justiça Militar por associação para o tráfico no caso da avião da FAB e chegou a ser alvo de busca e apreensão em 2021, época em que trabalhava como personal trainer e tinha carros importados caros que não condiziam com sua profissão.
Nesta terça (12), ele voltou a ser alvo das autoridades, em Brasília, e investigadores coletaram provas de seu envolvimento com uma operação que trouxe dinheiro dos Estados Unidos para o Brasil. Os pagamentos seriam adiantamentos vindos de fornecedora de coletes, de um contrato de R$ 650 mil para consultorias e outros serviços.
Segundo a Polícia Federal, há suspeita de que a conversa tratava de propina para facilitar a contratação, já que, em setembro de 2019, Macaco transferiu R$ 25 mil para contas do coronel Robson Queiroz, ligado ao gabinete de Braga Netto. No dia seguinte, ele enviou mais R$ 25 mil para uma empresa do General Paulo Assis, apontado como lobista na operação.