Anderson Lacerda Pereira, conhecido como Anderson Gordão, condenado por narcotráfico e membro de destaque do Primeiro Comando da Capital (PCC), possui em seu nome 38 clínicas odontológicas em São Paulo, mas está lidando com problemas dentários na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Com informações de Josmar Jozino, do UOL.
Em dezembro do ano passado, os advogados de Pereira informaram à Justiça que ele necessitava de tratamento odontológico, mas não poderia ser atendido devido a uma “longa fila de espera”.
De acordo com seus advogados, Anderson Gordão está sofrendo com cáries e dor contínua. Eles argumentam que seu cliente tem sérios problemas de saúde crônicos, incluindo hipertensão e diabetes, necessitando de atendimento tanto de um cardiologista quanto de um dentista.
A Secretaria Estadual da Administração Penitenciária garante que o detento tem recebido atendimento da equipe de saúde da Penitenciária 2 de Venceslau desde que foi transferido para lá em 8 de setembro do ano passado, após ter sido removido do Centro de Detenção Provisória 1 do Belém, na zona leste de São Paulo.
A Secretaria alega que todos os medicamentos necessários para o tratamento do detento foram prescritos pelo médico e que, além disso, Anderson Gordão é monitorado pela equipe de enfermagem, que controla seus níveis de glicemia capilar e sinais vitais.
Condenado a 7 anos, 9 meses e 10 dias por tráfico internacional de drogas, Anderson Gordão era um dos criminosos mais procurados pela polícia brasileira e chegou a ter seu nome incluído na lista vermelha da Interpol.
Ele foi detido em 5 de setembro do ano passado em Poá, na Grande São Paulo, por policiais da 7ª Delegacia Seccional (Itaquera). Atualmente, responde a processo por lavagem de dinheiro na Justiça de Guarulhos.
Investigações conduzidas em 2020 pelo delegado Fernando Santiago, da época do 4º Distrito Policial de Guarulhos e hoje no Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico, sugeriram que Anderson Gordão fundou 38 clínicas odontológicas e um hospital em São Paulo.
Pereira também foi acusado de adquirir 15 residências de alto padrão em Arujá, na Grande São Paulo, e de criar um minizoológico na cidade vizinha de Santa Isabel, inspirado no famoso narcotraficante colombiano Pablo Escobar.
O patrimônio de Anderson Gordão foi avaliado em R$ 130 milhões pela Polícia Civil de São Paulo. Segundo os investigadores, o suposto criminoso adquiriu esses bens com dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas e registrou as clínicas em nome de terceiros para lavagem de dinheiro.
A defesa de Pereira informou que ele nunca fez parte do PCC ou de qualquer outra organização criminosa e que é inocente de todas as acusações, incluindo a de lavagem de dinheiro.