Engana-se quem pensa que Flávio Rocha deixou a disputa presidencial por deficiência técnica. Ao contrário. O dono da Riachuelo foi empurrado escada acima.
O filiado do PRB agora integra a trinca de ases reservada pelo campo político do PSDB para compor, na condição de vice, a chapa de Geraldo Alckmin à presidência.
Com ele estão Mendonça Filho, deputado federal pelo Democratas de Pernambuco e ex-ministro da Educação de Temer, e Aldo Rebelo corre por fora pelo PSD.
O dono da Riachuelo tem um padrinho fortíssimo: João Doria.
O ex-prefeito de São Paulo acordou com Bruno Covas, coordenador nomeado por Alckmin nesta semana, que vai mesmo disputar o governo e trabalhar pela campanha de Alckmin no Estado.
Doria foi convencido a partir de dois argumentos: política tem fila e o PSDB paulista precisa pagar essa dívida com Alckmin – do ponto de vista eleitoral, alegam seus correligionários, há 20 anos ele carrega o partido nas costas.
Para garantir o amigo na vice de Alckmin, Doria alega que Flávio Rocha traz com ele setores expressivos do empresariado e ainda faz frente a Jair Bolsonaro junto aos eleitores de direita mais conservadores.
Mendonça Filho tem seus simpatizantes por representar o Nordeste e Aldo carrega a força política da dupla Guilherme Afif e Gilberto Kassab.
Com a paz selada entre Doria e Alckmin, Bruno Covas inicia a semana preparando agendas conjuntas para os dois pré-candidatos, com o cuidado de não melindrar o governador Márcio França, que concorre à reeleição.
A sintonia tucana no seu estado de origem está sendo gestada para garantir um período de paz nesta fase decisiva de acordos que antecedem as convenções partidárias agendadas para o fim do mês e início de agosto.
O PSDB quer dar a Alckmin em São Paulo a mesma votação que Aécio Neves teve contra Dilma Housseff em 2014: 15 milhões de votos.
Quanto ao governo do Estado, a expectativa do partido é de que João Doria, que terá Rodrigo Garcia (DEM) como vice, vença no primeiro turno.