João Doria deixou, enfim, uma marca como prefeito de São Paulo.
É algo que vai acompanhá-lo em sua nova aventura, agora rumo ao governo de São Paulo — isso se não atropelar Alckmin em sua campanha medíocre a caminho do Planalto.
Não é a “Cidade Linda”, não são os muros cinzas, não é a farinata, não é a compulsão pelas mídias sociais, não é o casamento com o MBL.
É o rosto ensanguentado da professora espancada pela Guarda Civil Metropolitana e pela PM nas dependências da Câmara Municipal.
(Peço perdão por não declinar seu nome)
Essa é a marca de João Doria: a violência, a falta de empatia, a bravata, a covardia.
Os professores da rede municipal, em greve há seis dias, estavam sendo impedidos de acompanhar a sessão que podia aprovar o projeto de aumento da alíquota de contribuição da Previdência (foi aprovado).
Houve empurra, empurra, os manifestantes entraram e foram recebidos no melhor estilo tucano.
A imensa maioria eram mulheres. Foram massacradas.
Mesmo assim, Doria conseguiu culpar as vítimas.
“Houve uma invasão, é preciso estar claro”, disse.
“Aliás, não foi um convite [feito aos professores], foi uma invasão, o que não justifica nenhum tipo de violência – nem da parte que invade, nem da parte que é invadida. A prefeitura, a figura do prefeito, não justifica nem ampara nenhum tipo de invasão, mas condena a invasão”.
Nem uma palavra de amparo ou consolo à mulher que saiu em choque, o nariz quebrado, diretamente para o hospital.
Nada.
Esse é o sujeito que usa a maior cidade do Brasil como trampolim para sabe Deus o quê.
Essa é sua marca.
Professores sendo agredidos na câmera de vereadores de São Paulo a pedido do Sr. Prefeito, com direito a bomba e cavalaria … a educação de São Paulo está abandonada pelo poder público! #NenhumDireitoAMenos #nenhumdescontoamais #NãoaPL261 #midiavendida pic.twitter.com/spFWvHIipV
— Evelyn Camila (@EvelynC2018) March 14, 2018