Doria está feliz com o Ibope da corrida para a prefeitura de SP — o PSDB, nem tanto. Por José Cássio

Atualizado em 21 de junho de 2016 às 13:56
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Se havia um pré-candidato que aguardava ansiosamente a primeira pesquisa medindo a tendência eleitoral para a disputa da prefeitura de São Paulo era o representante do PSDB, João Doria.

Segundo o Ibope, ele aparece em quarto, empatado com Haddad com 8% (Russomanno tem 34%, Marta Suplicy, 13%, Erundina, 9%). Está à frente do rival Andrea Matarazzo, com 6%.

É onde ele queria estar: junto a Haddad e à frente de Matarazzo. Com apoio declarado do governador Geraldo Alckmin, Doria comemora o maior arco de alianças deste período de pré-convenções, com cinco partidos já definidos na sua composição – PSB, PP, DEM, PMB e PHS.

A coligação do PSDB já conta com 13,5 minutos do tempo de TV.

Mas Doria ainda quer mais: seus aliados dão como certa a vinda do Solidariedade, de Paulinho da Força, e do PPS, de Roberto Freire.

Sem dar satisfação para os boatos de que a sua candidatura corre risco – há uma representação na Justiça impetrada pelo senador José Aníbal e pelo ex-governador Alberto Goldman alegando que “comprou votos” de delegados para vencer as prévias do partido no início do ano -, Doria mantém a agenda de candidato e neste sábado, 25, na Faculdade Sumaré, lança o programa que espera ser a grande vitrine da sua campanha: a criação das prefeituras regionais, alçando os subprefeitos ao status de secretários e dando mais autonomia às subprefeituras.

A disputa com Andrea Matarazzo, e que causou uma cisão no ninho tucano, vem sendo minimizada pelos apoiadores.

O que os correligionários preferem destacar é o bom público que tem comparecido aos encontros promovidos pelo pré-candidato, a capacidade da coordenação de campanha e principalmente – e aí vai uma crítica dos tucanos ao ex-candidato do partido à prefeitura, José Serra – o fato de Doria ser “leve” de carregar.

“Fazer campanha para o Serra é empurrar uma jamanta morro acima”, ironiza um tucano que pede para não ter o nome revelado. “Com João Doria é diferente: ele é acessível, aprende rápido e gosta de acordar cedo, o que faz muita diferença em se tratando de uma cidade como São Paulo”.

Mas nem tudo é notícia boa no comando de campanha do pré-candidato.

Além da incerteza da candidatura, somada ao fato de que alguns tucanos graúdos se recusam a apoiá-lo – o ex-secretário da Casa Civil e ex-deputado federal, Arnaldo Madeira, é só um exemplo -, Doria está tendo de lidar com problemas internos decorrentes de questões programáticas do PSDB.

Uma delas é administrar a crise que se instalou a partir das declarações de que se for eleito vai “vender” o autódromo de Interlagos, o estádio do Pacaembu  e a SPTuris.

A notícia se espalhou e causou mal estar na militância.

Além do autódromo, do estádio municipal e da companhia de turismo, já tem gente falando que Doria quer também privatizar a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a Empresa Municipal de Urbanização (EMURB).

Outra pedra no sapato do tucano diz respeito a todos os pré-candidatos, mas certamente vai afetá-lo com mais intensidade, já que Doria é reconhecidamente o preferido da elite paulista: a nova Lei de financiamento de campanhas eleitorais, que impede doação de empresas privadas aos candidatos.

Desde as prévias eleitorais, Doria vem bancado a sua caminhada com recursos próprios e inegavelmente chamou a atenção de todo mundo a opulência ostentada até aqui – a ponto de Andrea Matarazzo, outro candidato reconhecidamente rico, ir à Justiça para contestar os gastos excessivos.

O que importava nesta semana, porém, era saber a quantas anda a sua aprovação popular. Não está nenhuma maravilha, mas podia ser pior: ele podia esta atrás da mosca morta Andrea Matarazzo.