Doria está se aproveitando da ‘fragilidade de Alckmin’ para tentar emplacar Flávio Rocha, diz Luiz Marinho

Atualizado em 15 de julho de 2018 às 8:25
Rocha, Alckmin e Doria

“Não vejo novidade nisso. Eles se merecem”.

Assim o pré-candidato do PT ao governo do Estado, Luiz Marinho, se referiu à aproximação de Geraldo Alckmin com Flávio Rocha, dono da Riachuelo, promovida por João Doria.

“O Doria usou sua passagem pela prefeitura para atender interesses dos seus clientes, chegando ao cúmulo de fazer propaganda de energéticos e banheiros químicos, e agora faz o mesmo com o partido, aproveitando a fragilidade do Alckmin”, comentou Marinho, rindo do apelido do ex-prefeito que está circulando no meio político: gigolô de votos.

“Como bom gigolô ele é um grande mentiroso”, criticou o pré-candidato petista. “Mentiu para o eleitor, mentiu para a sociedade e está pagando o preço, pois já entrou para a história como uma grande farsa. É um traidor, alguém que se fantasia de gestor para usar a política em benefício dos seus próprios interesses”.

Em suas andanças pelo Estado, Marinho continua batendo na tecla de que cada decisão tem a sua consequência.

“Esse consórcio que hoje governa o país, com MDB, PSDB e DEM, está colocando nosso futuro em risco, a partir de um entreguismo que é difícil de acreditar. Basta ver o Pré-sal: o que era para ser um fundo soberano com investimentos em educação, pesquisa, ciência, tecnologia e um pouco em saúde, virou moeda de troca para atender interesses de grandes empresas globais de energia e petróleo”.

Um dos amigos mais próximos de Lula, Marinho sustenta seu discurso no legado do ex-presidente. “O cenário de 2002, antes do primeiro mandato, era de um país sem perspectiva, com desemprego em alta e um inacreditável contingente de pessoas passando fome”, lembra.

“Lula conduziu o país para uma situação de pleno emprego, com o maior salário mínimo da história, independência do FMI e perspectiva de futuro para todos”.  

O pré-candidato lembra que o PSDB governa o Estado há 24 anos, sem ter, neste período, equacionado uma área sequer. “Vivemos em crise permanente na saúde, na educação, segurança, moradia, saneamento – veja a crise hídrica que está de volta”, diz Marinho.

“Não há uma área sequer em que podemos dizer que São Paulo avançou pra valer: nossos índices de educação são piores que os de 1995”.

O pré-candidato do PT diz que pretende dobrar o “piso dos professores” e reformular todo o sistema.

“Há estados menores que estão equacionando o problema da educação e aqui a desculpa é sempre a mesma: não há dinheiro para investimento. O que falta é boa vontade e compromisso social”, diz.

No plano administrativo, Marinho quer acabar com a política de “pires na mão”, a conhecida romaria de prefeitos e vereadores em busca de pequenos convênios e verbas para custeio.

“O que se tem é um círculo vicioso, uma depedência absurda da boa vontade do governante de plantão”, diz o petista, que promete desenvolver programas integrados de desenvolvimento regional.

“Cada região tem uma vocação que deve ser explorada. Nossa diversidade cultural, agrícola, industrial e de negócios é extraordinária e cabe ao Estado promover e estimular cada uma delas”, diz Marinho.

Na sexta-feira, 10 de agosto, o pré-candidato estará na porta da Fiesp, na avenida Paulista, pregando contra o fim dos direitos trabalhistas, contra a precarização do trabalho, contra o desmonte do poder público, pela democracia e por um projeto de país soberano.

“Será o momento de alertamos que é possível fazer diferente, em benefício das pessoas”, diz Marinho. “Voto não se negocia feito um gigolô, ao sabor da conveniência do momento. Voto se conquista, e o seu sentido maior é a busca da felicidade coletiva”.