Dos pagers explosivos aos mísseis iranianos: a escalada da guerra entre Israel e Hezbollah

Atualizado em 1 de outubro de 2024 às 15:26
Um tanque israelense avança no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano; também houve apoio apoio da Força Aérea— Foto: Baz Ratner/AP

O Oriente Médio vive uma nova escalada de violência, com novos combates entre Israel e o grupo Hezbollah, e a resposta direta do Irã. Nesta terça-feira (1º), o Exército israelense iniciou uma operação terrestre no sul do Líbano como parte da “Operação Flechas do Norte”. Esse avanço ocorre após semanas de ataques aéreos e artilharia contra posições do Hezbollah, que, por sua vez, tem lançado foguetes e drones em direção a Israel.

Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), a ofensiva terrestre visa desmantelar a infraestrutura do Hezbollah próxima à fronteira israelense, que representa uma ameaça direta à segurança da população no norte do país.

Em resposta à incursão israelense, o Irã disparou mais de 100 mísseis balísticos em direção a Tel Aviv, atingindo várias áreas da cidade. O governo iraniano, que apoia tanto o Hezbollah quanto o Hamas, reafirmou seu compromisso com o “Eixo da Resistência”, uma aliança que engloba grupos militantes em todo o Oriente Médio.

O Hezbollah, que já havia declarado uma “guerra indefinida” contra Israel, prometeu continuar com os ataques até que o conflito em Gaza seja resolvido.

Desde o início dos confrontos, mais de mil pessoas morreram no Líbano, incluindo líderes do Hezbollah. O ataque mais significativo aconteceu na última sexta-feira (27), quando um bombardeio israelense matou Hassan Nasrallah, o líder do grupo extremista.

Imagens do bombardeio israelense ao sul do Líbano. Foto: AP Photo/Leo Correa

A escalada atual tem suas raízes em eventos ocorridos em meados de setembro, quando milhares de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram simultaneamente, matando 37 pessoas e ferindo cerca de 3.000.

A explosão dos dispositivos, amplamente atribuída a uma ação de Israel, agravou as tensões, resultando em ataques aéreos israelenses contra alvos do Hezbollah em Beirute, onde também morreu um importante comandante do grupo.

Israel afirma que suas ações têm como objetivo impedir que o Hezbollah continue usando áreas civis como esconderijo para armas. Antes dos bombardeios, o Exército israelense havia alertado os moradores para evacuarem as regiões próximas a depósitos de armas. No entanto, o ministro da Saúde do Líbano informou que hospitais e ambulâncias também foram atingidos.

A comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos, tenta evitar que a situação se transforme em uma guerra total. O presidente Joe Biden afirmou que os EUA continuam buscando um cessar-fogo, embora tenha prometido apoio total a Israel caso o Irã ou o Hezbollah intensifiquem os ataques. “Uma guerra total não interessa a ninguém”, declarou Biden.

Com o Hezbollah lançando centenas de mísseis por dia e Israel bombardeando alvos no Líbano, muitos temem que o confronto atual possa desestabilizar ainda mais o Oriente Médio. O cenário já lembra os eventos de 2006, quando Israel e Hezbollah travaram uma guerra que deixou mais de mil mortos e causou destruição significativa em ambos os lados.

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