Que você faz com uma varanda pouco usada?
Pode transformar num fenômeno da internet. Pelo menos este foi o caso de três amigos de Dublin, na Irlanda. Um dia eles se deram conta de que quase não aproveitavam a varanda do apartamento que dividiam.
Pensaram no que poderiam fazer. A vista era bonita. Que tal gravar – rusticamente, orçamento perto do zero – gente nova ali e postar no YouTube?
Esta é, em síntese, a gênese da Balcony.tv, uma espécie de versão digital do que foi, na televisão, a MTV nos anos de ouro. Quem está no comando da Balcony.tv é um dos três fundadores, o irlandês Stephen O’Regan.
A Balcony.tv se internacionalizou, sempre com a mesma receita: música com vista. Seja em Lisboa, seja em Hamburgo, seja em Istambul, ou em qualquer outra cidade, você vê gente nova (e local) cantando e tocando num terraço.
Sua força está na diversidade musical reunida num único site. Alguns novatos acabaram se dando bem depois de passar pela Balcony. A banda folk irlandesa Mumford And Sons, por exemplo. O primeiro álbum do grupo, Sigh no More, liderou as paradas na Irlanda, na Austrália e na Nova Zelândia. Chegou ao número dois no Reino Unido. O segundo está programado para setembro próximo. (Você pode ver no pé deste artigo o vídeo do Mumford and Sons na Balcony.) Fora tudo, a Balcony é uma resposta digital ao triunfo do espetáculo extravagante sobre a arte na cena musical moderna. Não é nela que você haverá de ver Lady Gaga, por exemplo.
Esta semana, um novo marco apareceu na trajetória da Balcony. Investidores apostaram no projeto – e puseram na empresa 750 000 dólares.
As melhores idéias são aquelas diante das quais, pela força e pela simplicidade, você se pergunta: “Por que não pensei nisso antes?”
É o caso da Balcony.