Uma das queixas mais frequentes entre os simpatizantes de Dilma é esta: onde foram parar as panelas?
A cada denúncia de corrupção, a questão reaparece nas redes sociais: e aquele pessoal que batia panela o tempo todo?
Pois bem.
Houve nas redes sociais registros de panelas no pronunciamento de Temer no Natal.
Mas nada comparável aos panelaços de antigamente.
Que houve com elas, as panelas? O fato é que elas já não são as mesmas.
Os panelaços eram não exatamente contra a corrupção. Eram contra o PT e Dilma. Por isso sumiram.
Qualquer coisa servia de pretexto para ir para a janela do apartamento com uma panela. Os tolos estavam sendo manipulados, mas pensavam estar fazendo história.
Era uma atitude que para sempre estará vinculada a uma classe média reacionária e visceralmente analfabeta política.
É um tipo de gente que aceita corrupção nos outros, e até em si própria. Mas no PT qualquer boato, qualquer suspeita de corrupção é um horror de proporções ciclópicas.
Outra diferença vital entre as panelas está na mídia.
A imprensa decide a repercussão que vai dar a qualquer manifestação. O jornalismo de guerra dá volume máximo para protestos contra o PT, e mínimo ou nenhum para os outros.
Ainda que houvesse uma adesão maciça às panelas na fala televisiva de Temer, isto não teria sido notícia.
Há panelas e há panelas. Aquelas que vinham envoltas em xingamentos contra Dilma e o PT só sairão das cozinhas quando — e se — o PT voltar ao poder.
Até lá, pode esquecer.