É impossível não pensar em Bolsonaro como uma encarnação do mal. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 22 de fevereiro de 2023 às 0:16
Ex-presidente Jair Bolsonaro e emas da Granja do Torto. (Foto: reprodução)

Leio na imprensa que não foram só as carpas. Bolsonaro também matou as emas, dando a elas alimentação inadequada.

É impossível não pensar em Bolsonaro como uma encarnação do mal. Todos os seus afetos são egoístas e destrutivos. É incapaz de empatia, não há registro de um único gesto de solidariedade. Por onde passa, deixa um rastro de devastação.

Alguém que debocha das pessoas que ele mesmo está deixando morrer por falta de oxigênio. Basta isso para descrevê-lo.

Os filósofos discutem se o mal existe. Bolsonaro é um forte argumento a favor.

E o que dizer de dezenas de milhões de pessoas que o viram tal como ele é, porque ele nunca disfarçou (ou então disfarçava sem qualquer empenho), e votaram nele?

Gente que vê um vilão de desenho animado e pensa: “Opa, esse pode ser nosso presidente!”.

Sim, o processo de formação das preferências políticas é complexo, ainda mais num ambiente tão saturado de desinformação e de manipulação. Mas não tem antipetismo ou teoria da conspiração que justifique a opção por algo tão aberrante.

Penso que Bolsonaro apela para o que há de ruim em todos nós. Como se demonstrasse que é possível nos livrarmos do fardo do respeito pelo outro, da compaixão, da reciprocidade, da generosidade, para chafurdar no egoísmo mais descarado e mais mesquinho.

É isso é tão atraente para tanta gente, desperta tanta identidade, que estão dispostos a entronizar alguém que represente esse ideal.

Cada voto em Bolsonaro, cada apoio que ele mantém, é um tapa na cara da nossa fé na humanidade.

Originalmente publicado no Facebook do autor

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