Para usar a grande frase de Churchill, nunca tantos deveram tanto a um só: Neymar.
Neymar ganhou praticamente sozinho o inédito título olímpico brasileiro.
Foi ferozmente secado pela torcida e pela crônica esportiva.
Torcedores trocaram o nome de Neymar pelo de Marta. Comentaristas criticaram aos berros a indicação de Neymar para ser o capitão do time.
Ora, ora, ora.
Os jogadores o tratavam como “Presidente”, tamanha a deferência. Desde Ronaldo Fenômeno ninguém era chamado assim.
E no entanto a imprensa esportiva dizia que Neymar não podia ser capitão.
Mesmo nos primeiros jogos, em que o Brasil não fez gol, Neymar foi muito acima da média.
Deu os melhores chutes e as melhores assistências, mas parece que os jornalistas esportivos não reparam nisso.
Contra a Alemanha, na final, ele fez toda a diferença. Primeiro no gol de falta, num momento em que a Alemanha controlava o jogo.
Por último, no pênalti que concedeu o ouro ao Brasil. Sua frieza no instante decisivo foi épica. Estava extenuado, mal se aguentava de pé. Mas colocou a bola num lugar em que era impossível o goleiro alemão chegar.
O triunfo olímpico redime o futebol brasileiro. Voltamos a impor respeito. E voltamos a nos respeitar a nós próprios.
E devemos isso a Neymar.
Repito.
Nunca tantos deveram tanto a uma só pessoa: Neymar.