Em entrevista ao jornal O Globo, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub reconheceu que seu ex-chefe e ex-ídolo, o presidente Jair Bolsonaro (PL), não conseguirá se reeleger no pleito deste ano. “Infelizmente, o presidente Bolsonaro não deve se reeleger, e o Lula deve ser presidente”, afirmou.
Segundo ele, “as coisas só vão piorar na parte econômica, e na parte política vão aparecer mais escândalos”. Pré-candidato a governador de São Paulo pelo PMB, o ex-ministro disse que não fará campanha para Bolsonaro, mas que “sempre” votará contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “Não anulo voto”.
Weintraub ainda acredita que o chefe do Executivo é honesto, mas tem um pé atrás. “Mas isso só não basta. Ser honesto é diferente de ser conivente”, disse. “Acho que ele está vendo os caras aprontarem, não é possível.”
Ele critica Bolsonaro por ter se aliado com figuras do Centrão envolvidas em casos de corrupção. “O presidente perdeu uma parte significativa da militância, porque todo aquele ideário foi para o ralo, de não negociar com pessoas acusadas de corrupção. Não se fala mais em ‘a verdade vos libertará’. Hoje é ‘psiu, não conta se não o PT volta’”, lamentou.
Abraham foi questionado sobre sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes, com destaque para seu desempenho terrível nas pesquisas, em que costuma registrar 1% das intenções de voto. Ele atribuiu seu fracasso a uma campanha do Centrão para boicotá-lo.
Eu tinha 15%, aí veio uma campanha do Centrão para esvaziar o meu nome e inviabilizar a minha candidatura”, alegou, acrescentando que o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, candidato bolsonarista ao governo de SP, “tem ligações com eles [integrantes do Centrão] muito fortes. Estão preocupados porque onde eu estiver não tem negócios com o Centrão.”
O ex-ministro disse estar conversando com partidos pequenos para formar uma aliança, mas não quer “nada ou ninguém que tenha corrupção na parada”.