Economista desmente Estadão sobre atuação de Lula em banco contra Milei na Argentina

Atualizado em 4 de outubro de 2023 às 15:21
Manchete do Estadão sobre apoio de Lula à Argentina. Foto: Reprodução

Pedro Faria, economista e pesquisador formado pela UFMG e doutor em História pela Universidade de Cambridge, foi às redes sociais nesta quarta-feira (04) rebater uma matéria do Estadão sobre a suposta atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma operação para banco emprestar US$ 1 bilhão à Argentina, com a intenção de barrar avanço do candidato de extrema-direita Javier Milei.

“Pior que não tem nada falso na reportagem além da inferência de que o Lula atuou *para* prejudicar Milei (e isso é a interpretação da colunista). A maldade está nas omissões e na machete. Como ninguém lê o texto, é a partir daí que vêm as fake news (‘Lula deu 1bi pra Argentina’)”, escreveu no Twitter.

Ele prossegue:

– O banco é internacional e serve para esse tipo de empréstimos.

– O dinheiro não é do Brasil.

– Lula “atuou” para o Brasil votar junto com 18 dos 20 membros do banco.

Mais importante:

– A imprensa empresarial é a origem das fake news da extrema direita.

Como eu já expliquei várias vezes, o Brasil tem enorme interesse em disponibilizar dólares para a Argentina.

Eles são o terceiro maior destino das nossas exportações. Quando a Argentina fica sem dólares, a indústria brasileira perde vendas em empregos.

Qualquer presidente racional deveria ajudar a Argentina a resolver sua crise de balanço de pagamentos.

Quem é contra quer ver EMPRESAS brasileiras perdendo negócio por ideologia.

Aliás, a notícia é velha. Isso aconteceu em julho desse ano.

A colunista reciclou notícia velha, inventou uma motivação de Lula (que seria ótima) e meteu uma manchete maliciosa para rodar no zap. E o Milei já está capitalizando em cima da fake news brasileira.

De acordo com o Estadão, Lula procurou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, com urgência no fim de agosto. Como ela não estava em Brasília, foi contatada por telefone. O assunto: autorizar uma operação que viabilizasse o empréstimo de modo a ajudar Sergio Massa, candidato do presidente Alberto Fernández.

Tebet desmentiu o telefonema.

Ela é a governadora do Brasil no CAF. Como a Argentina não poderia mais ter acesso aos recursos do banco, por ter esgotado o limite de crédito, Lula teria articulado para que os países-membros do CAF aprovassem a transferência de 1 bilhão de dólares diretamente para o Fundo Monetário Internacional (FMI), em nome da Argentina. Dos 21 países que compõem o CAF, somente o Peru votou contra, diz o jornal.

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