Efeito Lula: Caged tem mais de 200 mil vagas e gera maior expectativa de PIB

Atualizado em 31 de julho de 2024 às 19:04
Carteira de trabalho digital. Foto: Divulgação

O mercado de trabalho brasileiro teve um desempenho surpreendente em junho, com a abertura líquida de 201.705 vagas com carteira assinada, conforme divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nesta terça-feira (30).

O resultado superou as expectativas do mercado, que previa a criação de cerca de 160 mil vagas, de acordo com a mediana do Valor Data. Esse resultado indica uma possível trajetória de crescimento do PIB superior a 2% para este ano, mas também acende preocupações sobre o impacto na inflação.

Os dados do Caged mostram que todos os cinco setores da economia registraram expansão no número de postos formais de trabalho em junho. O setor de serviços foi o principal responsável, com 87.708 novas vagas.

A agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura geraram 27.129 vagas, enquanto a indústria geral criou 32.023 novos postos. O setor da construção adicionou 21.449 vagas, e o comércio, junto com a reparação de veículos automotores e motocicletas, criou 33.412 novas oportunidades.

Jefferson Laatus, estrategista-chefe do grupo Laatus, vê os dados como positivos para a economia, mas expressa preocupações sobre como o Banco Central reagirá. “Os dados do Caged mostram que o Brasil continua criando empregos, o que é excelente para o PIB, mas levanta um alerta inflacionário, já que estamos observando uma reaceleração da inflação”, afirma.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, destacou que a força do mercado de trabalho pode criar espaço para aumentos salariais.

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Foto: Divulgação

Bruno Imaizumi, economista da LCA, reafirma a projeção de 1,9 milhão de novas vagas formais para 2024, alinhada com uma previsão de crescimento do PIB de 2%. “Nossa projeção preliminar para julho é de 195 mil novas vagas líquidas, e com ajuste sazonal, o saldo pode subir de 137,7 mil postos em junho para 151,6 mil em julho”, explica.

A heterogeneidade entre os setores contribui para a criação robusta de vagas, com destaque para o transporte rodoviário de carga e locação de mão de obra temporária. O setor de saúde também está acelerando para atender à demanda causada por surtos de doenças como dengue e influenza.

O Rio Grande do Sul foi o único estado a registrar um saldo negativo em junho, com uma perda líquida de 8.659 postos formais. O saldo negativo acumulado no terceiro bimestre foi de 30.749 vagas.

O salário médio de admissão em junho foi de R$ 2.132,82, uma leve queda em relação aos R$ 2.137,97 de maio. O salário médio de demissão, por outro lado, aumentou para R$ 2.236,86, comparado aos R$ 2.211,48 do mês anterior.

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