Um ano antes das eleições municipais de 2024, o PT tem registrado um aumento de novos filiados e tem aumentado o número de prefeituras pelo país. O partido conseguiu atrair para os seus quadros até mesmo gestores municipais do PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Após a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022, a legenda ganhou 51 novos prefeitos por meio de migração partidária, saindo de 183 eleitos em 2020 para 234 gestores municipais. A última eleição registrou o pior desempenho do PT desde 1996.
O avanço da sigla ocorreu principalmente por novos membros nos estados do Piauí, Ceará e Bahia, comandados por governadores petistas. Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Maranhão e Mato Grosso do Sul também tiveram novas filiações pontuais.
A expectativa é que o número de prefeitos na sigla cresça até abril de 2024, prazo final para novas filiações de políticos que disputarão as eleições.
No Piauí, após a vitória de Lula, o PT saiu de 22 prefeitos eleitos para 49. Segundo o presidente estadual da sigla, João de Deus Sousa, “há uma disputa pela marca do PT” na região. A legenda tem usado como critério de filiação apenas prefeitos que apoiaram o mandatário e o governador Rafael Fonteles nas eleições de 2022. Gestores municipais que apoiaram candidatos de oposição têm se filiado a partidos aliados ao PT no estado, como PSD e MDB.
Na Bahia, o partido filiou dez novos prefeitos desde que o governador Jerônimo Rodrigues venceu a disputa no ano passado, passando de 32 para 42 prefeitos. “A procura aumentou após as vitórias de Jerônimo e Lula. Voltou a estar na moda ser PT, por assim dizer”, diz o presidente estadual do PT, Éden Valadares.
Foi no estado comandado por Jerônimo que dois prefeitos do PL se filiaram ao PT: Romi (Planaltino) e Marcelo Emerenciano (Cocos) não apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro e decidiram fazer campanha para o petista em 2022.
No Ceará, o PT foi de 18 para 32 prefeitos após a vitória de Elmano de Freitas. A expectativa da sigla é chegar a 40 até as próximas eleições e a meta, ter 50 eleitos após a apuração das urnas. Ao menos quatro políticos foram para o partido após deixar o PDT, que vive crise interna com os irmãos Cid e Ciro Gomes.
Três prefeitos de cidades do estado saíram do PL e se filiaram ao PT: Wilmar Palácio (Cariús), Marcondes Jucá (Choró) e Francisco Mendes (Santana do Acaraú). A sigla do presidente também atraiu prefeitos de partidos aliados, como PSB, MDB e PSOL.
Em Mato Grosso do Sul, o PT voltou a ter um prefeito após sete anos, na cidade de Ribas do Rio Pardo: João Alfredo Danieze trocou o PSOL pelo PT para tentar a reeleição no próximo ano. No Rio de Janeiro, o partido filiou Fernanda Ontiveros, de Japeri, que deixou o PDT.