O candidato peronista Sergio Massa, mais votado no primeiro turno das eleições da Argentina, afirmou que não quer envolver o presidente Lula em sua campanha e que um eventual apoio será uma decisão do petista. O argentino diz que há uma “simpatia mútua” com autoridades do Brasil e que separa “o que é público e o que é pessoal”.
“Tenho uma relação de muito afeto com o presidente Lula, um enorme respeito com Fernando Haddad, com Gabriel Galípolo, com o vice-presidente Alckmin e muitos dirigentes do Brasil. Não quero envolvê-los na eleição argentina, apesar de claramente haver uma simpatia mútua”, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo.
Até a tarde desta segunda (23), Lula não se manifestou publicamente sobre o primeiro turno das eleições argentinas. Massa não quis dizer se conversou com o petista após o resultado.
“Em todo caso, será decisão deles envolver-se ou não do ponto de vista eleitoral. Tenho uma enorme gratidão por sua simpatia, mas também pelo trabalho comum em temas energéticos, vinculados ao comércio bilateral, automotivo, a possibilidade de abrir novos mercados, e nisso temos trabalhado no último ano de maneira muito intensa”, prosseguiu.
Massa disputa o segundo turno com o candidato de extrema-direita Javier Milei em 19 de novembro. O peronista venceu por 36,7% a 30% no primeiro turno. Nos bastidores, integrantes do governo brasileiro viram o resultado como bom, mas têm tratado do tema com cautela por temer uma virada de Milei.
O candidato de extrema-direita já obteve apoio de Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O ex-presidente gravou um vídeo de apoio ao candidato argentino, enquanto o filho foi até o país neste domingo.