Em 2018, Bolsonaro garantiu que não haveria mais indulto

Atualizado em 21 de abril de 2022 às 21:57
Bolsonaro em foto
Bolsonaro mudou sobre indulto Foto: AFP

Jair Bolsonaro (PL) pode até ter concedido um indulto para Daniel Silveira (PTB) nesta quinta-feira (21), mas isso é o exato oposto do que ele pretendia fazer, ao menos era o que ele próprio informava. Em 2018, o presidente foi categórico ao dizer que, depois de eleito, não mais haveria indulto e que considerava isso livrar criminosos.

Nas redes sociais, pouco depois de ser eleito, em 28 de novembro de 2018, Bolsonaro disse com todas as letras que a partir do ano seguinte não haveria mais perdão a condenados. A atitude é o oposto do que ele decidiu fazer para livrar Silveira da cadeia depois que o deputado federal foi condenado a 8 anos e 9 meses por 10 dos 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal)

“Fui escolhido presidente do Brasil para atender aos anseios do povo brasileiro. Pegar pesado na questão da violência e criminalidade foi um dos nossos principais compromissos de campanha. Garanto a vocês, se houver indulto para criminosos neste ano, certamente será o último”, escreveu Bolsonaro naquela época, quando dizia pensar diferente.

Inclusive, durante o período eleitoral daquele ano, Bolsonaro chegou a dizer que quem utilizaria o recurso do indulto seria Fernando Haddad (PT), seu principal adversário e que, na visão dele, iria perdoar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para livrá-lo da cadeia.

Menos de quatro anos depois, Lula foi liberto por ordem do Supremo, que considerou Moro suspeito pelo julgamento e lidera a corrida eleitoral para este ano. Enquanto isso, Bolsonaro concede indulto, justamente o que disse que não faria.