Em 2005, Pablo Marçal, atualmente candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, foi preso pela Polícia Federal por envolvimento em um esquema de fraudes bancárias em Goiás.
Recentemente, o UOL teve acesso aos grampos telefônicos da investigação, que revelam conversas comprometedoras entre Marçal e Danilo Oliveira, líder da quadrilha e pastor de uma igreja frequentada por ele. Nos áudios, Marçal confirma que estava capturando emails para o grupo criminoso e recebe críticas de Danilo pela má qualidade de seu trabalho.
As gravações também mostram Marçal pedindo dinheiro ao chefe e sendo repreendido por usar o apelido “Delegado Federal” em conversas no MSN Messenger, o que poderia comprometer a operação.
Em uma das conversas, Marçal demonstra preocupação com as prisões que começaram a ocorrer na Operação Pégasus, deflagrada em agosto de 2005, e recebe uma bronca do pai por estar envolvido com “hackers”. Apesar de prometer sair do esquema, ele continuou a atuar no grupo até ser preso.
Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de prisão por furto qualificado, mas a pena foi prescrita em 2018, e ele nunca chegou a cumpri-la. Em uma entrevista recente, Marçal admitiu ter cometido erros na juventude, mas tentou minimizar o episódio, alegando que foi injustiçado e que cometeu “bobeiras”.
O candidato também detalhou à Polícia Federal como funcionava o esquema de fraudes. Marçal capturava endereços de email que eram usados para enviar mensagens fraudulentas, simulando páginas de instituições bancárias, com o objetivo de obter dados bancários dos usuários. Ele afirmou que Danilo Oliveira lhe ensinou como operar o programa que capturava os emails.
Os diálogos interceptados pela polícia confirmam a participação ativa de Marçal no esquema criminoso. Ele admitiu ter enviado os emails capturados para Danilo, reforçando seu papel na quadrilha. Apesar das evidências, Marçal continua a tentar justificar suas ações como erros juvenis, mas os áudios revelam um envolvimento mais profundo no crime organizado do que ele alega.
A reportagem tentou entrar em contato com a campanha de Marçal para obter um posicionamento sobre os áudios, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.
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