Nesta segunda-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou seu primeiro discurso em Bruxelas, na Bélgica, para criticar a guerra na Ucrânia e a corrida armamentista. O petista, no entanto, não citou os Estados Unidos nem a União Europeia.
“A guerra no coração da Europa lança sobre o mundo o manto da incerteza e canaliza para fins bélicos recursos até então essenciais para a economia e programas sociais”, disse o mandatário. Lula ainda disse que “a corrida armamentista dificulta ainda mais o enfrentamento da mudança do clima”.
O chefe do Executivo também defendeu que, diante de “todos esses desafios, cabe aos governantes, empresários e trabalhadores reconstituir o caminho da prosperidade, da retomada da produção, dos investimentos e dos empregos”.
Lula, ao longo dos últimos meses, havia criticado abertamente os europeus e americanos por prolongarem a guerra ao fornecer armas. O petista também sugeriu que a responsabilidade pelo conflito não deveria ser apenas colocada nos russos. A declaração gerou indignação pela Europa.
Há também um impasse entre a Europa e a América Latina. Nas negociações sobre a declaração final, a guerra na Ucrânia está impedindo que os governos cheguem a um acordo sobre os termos que serão estabelecidos na relação entre os dois continentes.
Os europeus querem que a declaração final cite a “guerra de agressão” contra o território ucraniano, denunciando abertamente a Rússia pelo ataque. Os governos latino-americanos, entretanto, se recusam a aceitar os termos.
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