Em ofício, Lula e aliados pedem que imprensa realize apenas três debates eleitorais

Atualizado em 15 de junho de 2022 às 19:05
Lula
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: Reprodução

Os partidos que integram a pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência assinaram um ofício nesta quarta-feira (15) formalizando o pedido para que os debates eleitorais entre os presidenciáveis, realizados pela imprensa, sejam apenas três.

O pedido foi assinado pelos presidentes dos sete partidos que integram a pré-campanha de Lula e o documento foi encaminhado para o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Flávio Lara Resende, e também para o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Antônio Rech.

Os líderes partidários argumentam que a agenda de debates eleitorais dos veículos de imprensa, que conta com dez eventos, seria “incompatível” com a agenda política do petista.

“Para as eleições presidenciais deste ano, pelo menos dez debates entre candidatos estão sendo propostos por veículos de mídia, entidades de classe e religiosas, sempre com previsão de transmissão ao vivo por emissoras de rádio e TV e portais de veículos de imprensa. Dentro do exíguo período de 45 dias de campanha eleitoral, determinado pela legislação em vigor, tal programação de debates, concentrados na capital de São Paulo, é incompatível com a agenda política e a realização de atos públicos de campanha, que exigem deslocamentos pelas 27 unidades da federação”, diz o texto.

“Diante dessa realidade, sugerimos aos jornais e emissoras de rádio e TV, por meio de suas representações nacionais, que se organizem em pool para a realização de um número razoável de debates, como acontece em outros países de tradição democrática. No caso do Brasil, acreditamos que a organização de até três debates nacionais permitiria a contribuição das emissoras para o processo eleitoral, preservando a mobilidade dos candidatos para o diálogo democrático e direto com a população e seus aliados regionais”, completa o ofício.

Veja o documento na íntegra

“Oficio 001-VJPB/2022

Brasília, 15 de junho de 2022.

Aos Srs. Flávio Lara Resende, Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Marcelo Antônio Rech, Presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ),

Os Partidos Políticos que assinam esta carta reconhecem a relevância dos debates entre candidatos às eleições em todos os níveis. No Brasil, como em outros países, debates contribuem para informar os eleitores e enriquecer o processo eleitoral. Não é menos importante o contato direto dos candidatos com os eleitores, insubstituível para o diálogo em torno das questões que afetam diretamente a população, especialmente num país vasto e regionalmente diverso como o nosso.

Para as eleições presidenciais deste ano, pelo menos dez debates entre candidatos estão sendo propostos por veículos de mídia, entidades de classe e religiosas, sempre com previsão de transmissão ao vivo por emissoras de rádio e TV e portais de veículos de imprensa.

Dentro do exíguo período de 45 dias de campanha eleitoral, determinado pela legislação em vigor, tal programação de debates, concentrados na capital de São Paulo, é incompatível com a agenda política e a realização de atos públicos de campanha, que exigem deslocamentos pelas 27 unidades da federação.

Diante dessa realidade, sugerimos aos jornais e emissoras de rádio e TV, por meio de suas representações nacionais, que se organizem em pool para a realização de um número razoável de debates, como acontece em outros países de tradição democrática.

No caso do Brasil, acreditamos que a organização de até três debates nacionais permitiria a contribuição das emissoras para o processo eleitoral, preservando a mobilidade dos candidatos para o diálogo democrático e direto com a população e seus aliados regionais.

Contando com sua compreensão e compromisso com o processo democrático em nosso país, nos colocamos à disposição para avançar nesta proposta.

PCdoB, Luciana Santos
PSB, Carlos Siqueira
PSOL, Juliano Medeiros
PT, Gleisi Hoffmann
PV, José Luiz Penna
Rede, Wesley Diógenes-Porta Voz
Solidariedade, Paulinho da Força”

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