A três meses de encerrar o mandato à frente da PGR (Procuradoria-Geral da República), Augusto Aras está buscando se afastar de seu alinhamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de suas omissões diante da gestão passada para ter voz na escolha de seu sucessor e emplacar seu substituto no órgão. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Por meio de postagens em seu perfil no YouTube, Aras tem defendido sua gestão no exame da conduta de governantes quanto ao enfrentamento à Covid-19 e também na área do meio ambiente. Vale destacar que o PGR foi criticado por apoiadores de Lula sob a acusação de ser omisso justamente em relação a esses temas.
Nos vídeos, Aras disse que o órgão foi diligente na fiscalização de atos administrativos e gastos públicos destinados ao combate da pandemia. Ele também afirmou que criou o Gabinete Integrado de Acompanhamento da Covid-19 na PGR antes mesmo de a OMS (Organização Mundial da Saúde) “declarar o estado pandêmico”.
No meio ambiente, Aras se manifestou integralmente contra uma série de ações que estiveram na chamada “pauta verde” do Supremo de 2022 e que tinham a intenção de reduzir o desmatamento na Amazônia. Ele ainda opinou de forma contrária a sete ações que estavam previstas para serem analisadas.
Aras, entretanto, trabalha por um aliado para sucedê-lo, uma vez que o PGR sabe que não lidera as preferências do Palácio do Planalto para um possível um terceiro mandato. Ele também se preocupa com a chegada de um adversário ao comando do Ministério Público Federal (MPF) e uma eventual revisão de procedimentos da gestão anterior.