O governo dos Estados Unidos ofereceu ao Brasil o uso de três novos satélites que podem ajudar com informações mais detalhadas sobre a situação do desmatamento da Amazônia. A proposta foi feita nesta segunda-feira (24), durante uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o diretor da Nasa, Bill Nelson, em Brasília.
“Nós já mandamos informações dos nossos satélites para ajudar a localizar o desmatamento na Amazônia. Estamos colocando em órbita mais três satélites que vão aumentar a habilidade de detectar a destruição da floresta”, afirmou Nelson.
Um dos novos aparelhos pode ver através da copa das árvores e o outro permite ler a umidade do solo, segundo a agência espacial dos EUA.
“Nós temos instrumentos no espaço que podem identificar doenças e pragas na floresta e isso nos ajuda a prevenir incêndios florestais, outra fonte de destruição da floresta. A discussão foi muito além desses itens, foi muito produtiva para os dois lados. Também teremos reuniões de acompanhamento dos nossos cientistas (dos EUA) com os brasileiros”, disse Nelson.
A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, que participou da reunião, afirmou que a proposta é bem-vinda e será repassada aos cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que vão avaliar a necessidade de o Brasil usar esses novos equipamentos.
“Nossos cientistas vão analisar a necessidade. Tem que ver as possibilidades, o custo”, disse a ministra
Luciana ainda citou a construção do satélite CBERS-6 em parceria com a China, que deve começar este ano. Ele terá a capacidade de ver através das nuvens, o que pode facilitar o acompanhamento do desmatamento. No entanto, a previsão é que o CBERS-6 só fique pronto daqui a cinco anos.
A ministra destacou que o maior interesse do Brasil no momento é que os norte-americanos observem a indústria espacial brasileira. “Nós temos várias empresas da indústria espacial com condições de fornecer equipamentos para a Nasa”, declarou.