Em SP, Bolsonaro é o padrinho que mais atrapalha candidatos, diz Datafolha

Atualizado em 1 de julho de 2022 às 7:19
Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue sendo o pior padrinho político para candidatos que disputam cargos no estado de São Paulo, mostra nova pesquisa do Datafolha. Segundo o levantamento, não votariam de forma alguma em um nome apoiado pelo titular do Palácio do Planalto 64% dos paulistas, enquanto 17% talvez pudessem fazê-lo. Outros 17% com certeza seguiriam a indicação e 2% não souberam opinar.

O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) foi escolhido pelo presidente como candidato a governador de São Paulo e filiou-se ao Republicanos para buscar o Palácio dos Bandeirantes. Tarcísio tem enfrentado críticas de aliados de Bolsonaro por não estar promovendo essa associação, embora haja em seu entorno a certeza de que o segundo lugar que ocupa na disputa estadual é resultado direto de transferência de votos do ex-chefe.

Tarcísio marcou 13%, empatado com o governador do estado, Rodrigo Garcia (PSDB). Em primeiro está o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), com 34%. O petista tem um padrinho poderoso, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem serviu de substituto na eleição vencida por Bolsonaro em 2018 — o ex-presidente estava sem direitos políticos por ter condenação na Operação Lava Jato, algo que foi revertido depois pela Justiça.

Em São Paulo, seu berço político, Lula contudo não é um padrinho infalível, a julgar pelos números da pesquisa. Não votariam num indicado dele 51% dos entrevistados, enquanto 23% talvez o fizessem. Já 24% dizem apoiar com certeza um nome do petista.

Rodrigo deixou de ter um padrinho oficial na campanha deste ano com a desistência de João Doria (PSDB) de concorrer à Presidência devido à falta de apoio no próprio partido. Doria era visto como muito pesado, tendo empatado com Bolsonaro no quesito de mau padrinho na rodada anterior.

O Datafolha questionou aos eleitores se o apoio do prefeito de sua cidade ajudaria um candidato. Não muito, mas mais que Bolsonaro ou Lula. Nunca votariam num nome indicado pelo chefe do Executivo local 50% dos ouvidos, enquanto 31% talvez votassem e 15%, certamente o fariam. O instituto também quis saber a influência de Alckmin, que sem o seu ex-vice França na disputa apoiará Haddad, mas sem o carimbo de padrinho. Jamais apoiariam um nome do ex-governador 53%, com 29% talvez o fazendo e 13%, votando com certeza.

A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou menos, o que mostra uma estabilidade na rejeição aos nomes apoiados pelo presidente em relação à rodada anterior. Foram ouvidos agora, de 28 a 30 de junho, 1.806 eleitores, e a pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-01822/2022.

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