A Embaixada de Israel no Brasil afirmou que não convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro para o evento que promoveu na Câmara dos Deputados nesta quarta (8). Em nota, o órgão de representação diplomática afirmou que foram chamados mais de 300 deputados e senadores para o encontro.
“Convidamos parlamentares e apenas parlamentares. A presença do ex-presidente não foi coordenada pela Embaixada de Israel e não era de nosso conhecimento antes da reunião”, diz a nota. Segundo a embaixada, o objetivo do encontro era “mostrar as atrocidades do 7 de outubro” cometidas pelo Hamas.
O embaixador de Israel no Brasil, o bolsonarista Daniel Zonshine, foi criticado por aparecer ao lado do ex-presidente no encontro. Ele também se tornou alvo de um pedido de expulsão do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).
Na quarta, o Congresso foi dividido entre parlamentares pró-Israel, que participaram do evento da embaixada, e pró-Palestina. No mesmo horário, deputados e senadores do PT, PSOL, PCdoB e Rede promoveram ato em solidariedade ao povo palestino e em defesa de um cessar-fogo no conflito.
Ibrahim Alzeben, embaixador da Representação Palestina no Brasil, e os embaixadores da Tunísia, Cuba, Venezuela, Síria, Argélia, Líbano, Líbia e Catar participaram do ato. O evento promovido por parlamentares de esquerda também contou com a presença de representantes do Egito e da Liga dos Países Árabes.
Apesar da divisão, o deputado bolsonarista Abilio Brunini (PL-MT) tentou tumultuar no ato promovido pelos parlamentares de esquerda. Ele discutiu com Glauber Braga (PSOL-RJ) e Erika Hilton (PSOL-SP), e acabou sendo expulso, com a intervenção da Polícia Legislativa.
A Embaixada israelense manifestou-se em seu perfil no X (antigo Twitter):
A reunião de ontem no Congresso Nacional teve como intenção mostrar, como foi feito aos jornalistas Brasileiros, as atrocidades do 7 de outubro cometidas pelos terroristas do Hamas. Um material muito bruto e sensível.
Convidamos parlamentares e apenas parlamentares.— Israel no Brasil (@IsraelinBrazil) November 9, 2023