Quase 40 pedidos de extradição de brasileiros envolvidos nos ataques de 8 de janeiro foram recebidos pela embaixada do Brasil em Buenos Aires nesta quarta-feira (16). Os documentos, que envolvem investigados foragidos para a Argentina, estão sendo processados e devem ser encaminhados à chancelaria argentina nos próximos dias.
A CNN apurou que os pedidos estão sendo enviados de forma gradual para a embaixada brasileira, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenar a extradição de 63 brasileiros. Esses indivíduos são acusados de envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando apoiadores radicais de Jair Bolsonaro invadiram e depredaram prédios do governo em Brasília.
Procurada, a embaixada do Brasil na Argentina informou que não pode comentar o caso, uma vez que os pedidos de extradição tramitam sob segredo de Justiça.
Em junho, as autoridades brasileiras receberam uma lista das autoridades argentinas contendo cerca de 60 nomes de procurados pela Justiça brasileira em decorrência dos ataques. O governo argentino informou que essas pessoas estavam em seu território, o que levou a Polícia Federal do Brasil a elaborar o pedido de extradição.
O processo teve início após o STF enviar uma solicitação à Argentina com uma lista de 143 indivíduos condenados pelos atos de 8 de janeiro, que poderiam estar refugiados no país vizinho. Apesar do esforço das autoridades brasileiras para extraditar os investigados, muitos dos acusados já solicitaram refúgio na Argentina.
Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), pelo menos 126 brasileiros pediram refúgio ao governo argentino entre janeiro e junho de 2024. Até que esses pedidos sejam analisados e decididos, os investigados não poderão ser devolvidos ao Brasil.
Em contraste, em dezembro de 2023, nenhum brasileiro havia solicitado refúgio no país, o que evidencia uma mudança no cenário desde o início deste ano. A extradição desses brasileiros depende, agora, do resultado das análises de refúgio pelas autoridades argentinas e do processo judicial conduzido pelo STF.
Conheça as redes sociais do DCM:
⚪Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
?Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line