O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, elogiou a postura corajosa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao condenar os ataques de Israel no conflito com a Palestina. Alzeben destacou a liderança de Lula no Sul Global, a quem referiu como um símbolo, por seu apelo constante pelo fim da guerra e pelo estabelecimento da paz na região.
Em coletiva do Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil, nesta terça-feira (27), Alzeben criticou os Estados Unidos, afirmando que o país usa seu poder de veto de forma injusta para impedir resoluções que poderiam contribuir para a paz. Ele também condenou o envio de armamentos para Israel, em vez de assumir responsabilidades na manutenção da paz.
O embaixador palestino destacou a devastação na Faixa de Gaza, relatando que 72% da região está destruída e que seriam necessários 10 anos para reconstruí-la, caso a guerra acabasse hoje, “e se os recursos estivessem disponíveis”, conforme apontou.
Ele ressaltou a gravidade da situação, referindo-se a termos como “chacina”, “genocídio” e “holocausto”, e enfatizou a importância de acabar com o uso da força para resolver conflitos.
“É uma limpeza étnica, deslocamento forçado, genocídio que o governo israelense descreve como legítima defesa. Temos o direito e dever de preservar nossa segurança, cultura, futuro. Nada justifica tamanha tragédia”, afirmou o embaixador.
Alzeben agradeceu à postura de Lula, afirmando que o apelo do presidente brasileiro pelo fim da guerra e pela paz beneficia não apenas os palestinos, mas também a população israelense.
“Estendo homenagem à postura excepcionalmente corajosa do senhor presidente Luiz Inácio Lula, símbolo e líder do Sul Global, que apelou e continua a apelar pelo fim da guerra de genocídio e ao estabelecimento da paz para que nossos povos possam viver em harmonia. E quando digo ‘nossos povos’, o povo de Israel também está incluído”, ressaltou na coletiva.
Nas últimas semanas, Lula está sendo enfático ao caracterizar a situação como genocídio e holocausto, o que levou Israel a declará-lo como persona non grata e a receber críticas de parlamentares, que protocolaram um pedido de impeachment contra o brasileiro.