O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan, lançou duras críticas à Organização das Nações Unidas (ONU), instando a entidade a agradecer o governo israelense por alertar sobre a evacuação iminente de uma parte da Faixa de Gaza. O alerta foi emitido enquanto o Exército israelense ordenava que a população evacuasse a região norte do território.
Segundo o jornalista Jamil Chade, do UOL, as tensões se intensificaram antes da reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU, presidida pelo chanceler brasileiro Mauro Vieira. Com opiniões divergentes entre os governos, a reunião foi realizada a portas fechadas com esperanças de se chegar a um acordo sobre a criação de um possível corredor humanitário, embora as expectativas tenham sido moderadas em meio à nova realidade imposta por Israel.
Erdan descreveu o Hamas como “monstros” e comparou suas ações às atrocidades nazistas, alegando que os ataques de Israel visam evitar que tais eventos trágicos se repitam. Segundo Erdan, o ataque de Israel contra Gaza “não é revanche”. “Apenas estamos garantindo que o que vivemos nunca mais ocorra. Se não formos bem sucedidos, o mundo todo pagará um preço elevado”, disse.
O embaixador sionista também criticou abertamente a postura da ONU, acusando-a de indiferença diante dos ataques contra israelenses e de condenar as medidas de proteção adotadas por Israel. Ele ironizou o fato de a ONU preferir condenar as medidas de evacuação, apesar de seu potencial para salvar vidas. “A ONU deveria nos agradecer pelo alerta. Mas, por anos, ela colocou sua cabeça debaixo da areia, enquanto o Hamas se armava”, argumentou.
Em resposta ao chamado da delegação palestina por uma “pausa humanitária” na região, Erdan enfatizou a importância do Conselho de Segurança se concentrar na recuperação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas.
A reunião do Conselho de Segurança ocorreu sob a pressão internacional, com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, mantendo contatos com governos da região e potências mundiais para evitar uma possível escala na crise humanitária. A situação permanece tensa, e as ações das partes envolvidas continuam a ser monitoradas de perto.