Pessoas próximas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm conversado com generais da cúpula do Exército para saber se o ex-presidente conseguirá tomar posse do cargo se vencer as eleições contra o presidente Jair Bolsonaro. Os militares deixam claro que o vencedor assumirá o comando do Palácio do Planalto. A informação é do Estadão.
O petista colocou Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa e da Justiça, para conversar com membros das Forças Armadas. “A impressão que fico, nessas conversas, é a de que as Forças Armadas são totalmente legalistas”, explicou ao Estadão.
Na última terça-feira (19), Bolsonaro participou de um evento em que comemorava o Dia do Exército. O chefe do executivo federal declarou que as Forças Armadas “não dão recados” e “sabem o que é melhor para o povo”. Inclusive, elogiou Luís Roberto Barroso, ex-presidente do TSE.
O discurso golpista do presidente da República acendeu o sinal de alerta entre os políticos, do mercado e membros do poder judicial. Há um grande temor sobre a reação dos bolsonaristas mais radicais que fazem parte das Forças Armadas e também da polícia militar caso Bolsonaro não vença as eleições.
O papel de Jobim
No ano passado, Nelson Jobim reuniu o ex-presidente com Fernando Henrique Cardoso numa tentativa de unir PT e PSDB. Não obteve êxito.
Antes das eleições de 2018, defendeu a tese da união entre tucanos e petistas. Isto porque tinha muita preocupação que um “Donald Trump caboclo” fosse eleito presidente da República. No fim, acabou acertando, já que Bolsonaro é um discípulo do ex-presidente dos EUA.
Jair Bolsonaro (PL) falou na terça-feira (19) que Eduardo Villas Bôas teve participação no impeachment de Dilma Rousseff. Em 2016, quando ocorreu o golpe contra a petista, o general da reserva era o comandante do Exército.
“Quando se fala de Exército brasileiro, vem à nossa mente que em todos os momentos difíceis que a nossa nação atravessou, as Forças Armadas, o nosso Exército sempre esteve presente. Assim foi em 22, em 35, em 64 e em 86 com a transição onde participação ativa do então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, a transição foi feita com os militares, e não contra os militares”, discursou em solenidade do Dia do Exército.
“E também agora em 2016, em mais outro difícil momento da nossa nação, a participação do então comandante do Exército, Villas Bôas, marcou a nossa história”.