A empresária Rosângela Lyra, ex-chefe da Dior no Brasil, militou no movimento Vem Pra Rua e fez campanha pela Operação Lava Jato. Agora, ela defende a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para derrotar o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela afirmou que o empresariado está em espera e que a esperança da terceira via murchou.
Em entrevista para a Folha de S.Paulo, Lyra disse que a decisão de apoiar Lula após combatê-lo foi um processo que aconteceu pela democracia. Ela afirmou que “não são dois candidatos comparáveis. Não são dois extremos”.
A empresária criou o movimento Política Viva há quase uma década. Ela diz que o debate mudou e que não dá mais para não se manifestar. “Nesses últimos anos, em que começamos a viver um pesadelo, não dá mais para não opinar, não se manifestar”, disse à Folha de S.Paulo.
Em prol de “defender o país, a democracia, a liberdade, o Estado democrático de Direito” ela afirmou ter deixado as diferenças para trás para apoiar Lula mesmo que não tenha afinidade com ele. “Eu sempre combati o Lula. Sempre fui muito voltada ao combate à corrupção. Em 2005, eu ia às ruas contra o mensalão. Sempre fui ativa”, disse. “Quando eu me manifestei [em apoio a Lula em 2022] teve muita repercussão. Pessoas com quem eu já não falava há tempos me procuraram. Alguns falaram que entendiam a minha opinião, mas não tinham coragem de se posicionar, outros não tinham se decidido ainda. Poucos criticaram”.
Ela ainda comentou sobre a terceira via e disse que não tem tanta esperança. “Vejo cada vez menos. Embora o Doria tenha ficado mais viável. Não é impossível, mas vai ser difícil. Acho que essa inação momentânea do empresariado é mais em função disso”.
Segundo a empresária há aqueles que vão continuar com Bolsonaro, pois se “identificam com a bandeira dele”. “Esses vão continuar, pode fazer o que for, contanto que não mexa na sua renda e no seu estilo de vida, eles vão continuar, mesmo com atrocidades, barbaridades e corrupção que existe nesse governo”, afirmou à Folha.