A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou o empresário bolsonarista Emilio Dalçoquio Neto como um dos líderes dos atos golpistas que bloquearam rodovias no estado de Santa Catarina após o resultado das eleições. A indicação foi apresentada em um relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), o qual o G1 teve acesso.
No ofício, assinado pelo Superintendente da PRF em Santa Catarina, André Saul Do Nascimento, também são citadas outras 22 pessoas como “lideranças que atuam nesses movimentos, bem como [proprietários de] alguns veículos utilizados nos bloqueios”.
No dia 30 de outubro, quando ocorreu o segundo turno das eleições e as rodovias começaram a ser bloqueadas em todo o país, Dalçoquio foi filmado falando a um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), inconformados com o resultado das urnas.
“Vamos aguardar as próximas horas e já ver quem tem caminhoneiro, amigo do agronegócio, e já vai falando…por enquanto, pacificamente, por enquanto, agora vai ficar no coração de cada um aceitar o Brasil ser comunista ou não. Eu não aceito”, diz.
“O que eu disse aqui tem que reverberar pelo país inteiro, como nós temos aqui 380 grupos, do Rio Grande do Norte, Belém a Uruguaiana”, completou.
O empresário do setor de transportes em Santa Catarina esteve com Bolsonaro em 11 de outubro, quando o presidente esteve em Santa Catarina para um encontro com prefeitos em Balneário Camboriú. Ele é investigado por locaute após a greve dos caminhoneiros de 2018.
Na segunda-feira (7), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que as polícias civis e militares, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, encaminhassem informações sobre pessoas que participaram dos protestos nas rodovias, além de dados de caminhões e veículos envolvidos.
Nas redes sociais, Dalçoquio negou envolvimento com a organização das manifestações e disse que as informações que o ligam ao caso ‘tentam denegrir a minha boa reputação de cidadão e empresário honrado, trabalhador, honesto e patriota’.
“Meu posicionamento político é conhecido e claramente definido e, assim, dentro da estrita legalidade, sempre me expressarei para apoiar e defender a democracia, o estado democrático de direito e as liberdades individuais e coletivas previstas na Constituição do Brasil. Reafirmo, assim, a quem interessar a verdade, que não financiei, liderei, apoiei ou apoiarei qualquer ato dirigido a excessos ou ilegalidades”, postou.