O empresário Renildo Lima, preso pela Polícia Federal (PF) na segunda-feira (9) com R$ 500 mil em dinheiro vivo, parte do qual estava escondida na cueca, havia assinado um contrato de R$ 211 milhões com o Ministério da Saúde em maio. Lima é dono da Voare Táxi Aéreo e marido da deputada federal Helena Lima, do MDB de Roraima.
A operação da PF resultou na prisão de Lima e mais cinco pessoas, incluindo dois policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope). O grupo está sendo investigado por suspeitas de compra de votos e associação criminosa.
O contrato da Voare com o Ministério da Saúde, válido por dois anos e com possibilidade de extensão por mais dez, prevê o transporte aéreo de equipes médicas e pacientes da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, conforme informações do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.
Na época, o Ministério da Saúde afirmou que a empresa estava em conformidade com os requisitos legais para participar da licitação, com o processo sendo supervisionado pela Advocacia-Geral da União e pela Controladoria-Geral da União.
Já a Voare justificou a escolha com a oferta do menor preço entre cinco concorrentes e ressaltou que seu valor por hora de voo estava abaixo do padrão de outros órgãos federais.
A empresa
A Voare, empresa de Renildo e de sua filha Eduarda Lima, teve um crescimento notável desde que Helena Lima assumiu seu cargo como deputada federal no ano passado.
Em 2023, a empresa assinou contratos com o governo federal totalizando R$ 53,3 milhões, o segundo maior valor em 14 anos. Em 2024, a Voare atingiu um recorde com um contrato de R$ 211,5 milhões com o Ministério da Saúde.
Vale destacar ainda que Helena Lima, conhecida como “Helena da Asatur” durante sua campanha eleitoral, usou o nome de uma divisão da Voare. Ela fundou a empresa e trabalhou nela de 2001 até sua eleição em 2022.