Na companhia do ministro da Economia, Paulo Guedes, Jair Bolsonaro foi com 15 empresários para um encontro surpresa no Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (7).
Eles representavam associações e entidades de diversos setores da indústria, energia, farmacêutico entre outros.
A conversa teve como tema o “colapso” do sistema econômico brasileiro se o Brasil não “abrir”.
Leia-se relaxar o isolamento.
“Nós temos um bem muito maior até que a própria vida, se me permite falar isso, que é a nossa liberdade”, disse Bolsonaro, numa asneira desde já antológica.
O troféu de pascácio do dia, porém, coube a Synésio Batista da Costa, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ).
É um feito e tanto, uma vez que o sujeito concorria com Bolsonaro.
Segundo ele, haverá “morte de CNPJs” se a indústria não conseguir voltar plenamente.
Reproduzo o que me contou um amigo que cobre essa área há quatro décadas:
Esses caras que foram com Bolsonaro ao STF são prepostos de empresários.
São presidentes/diretores de associações de companhias de diferentes setores (plásticos, eletroeletrônicos, químicos etc).
O Synésio nunca teve empresas. Em 2016, ele era presidente de 22 associações/sindicatos.
Vamos ao cartão de visita do homem: ele é presidente da Abrinq (Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos), presidente do Simb (Sindicato das Indústrias de Instrumentos Musicais), presidente da Abemúsica (Associação Brasileira da Música), presidente da Abiótica (Associação Brasileira de Produtos e Equipamentos Óticos)…
Cansou?
Espera que tem mais: presidente da Abraflex (Associação Brasileira dos Fabricantes de Embalagens Laminadas Flexíveis), presidente do Corecon (Conselho Regional de Economia), presidente do IQB (Instituto da Qualidade do Brinquedo).
Tem mais: presidente do Siapapeco (Sindicato das Indústrias de Artefatos de Papel, Papelão e Cortiça do Estado de São Paulo).
Sem contar a atual candidatura à presidência da Fiesp, a participação em conselhos de outra dúzia de empresas e instituições e a vice-presidência da fabricante de eletroeletrônicos CCE, que na prática acaba sendo uma presidência mesmo, pois acima dele só tem o dono do grupo.