O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), recebeu a visita de pelo menos 73 pessoas no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (BPEB), onde está preso preventivamente.
Uma lista obtida por integrantes da CPMI dos Atos de 8 de janeiro, a qual o jornal O Globo teve acesso, mostra que 41 visitas foram militares. Cid também recebeu políticos, empresários, advogados e familiares.
Entre os nomes de políticos, estão Eduardo Pazuello, ex-ministro da saúde e deputado federal; Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação da presidência da República e assessor de Jair Bolsonaro; general Ridalto Lúcio Fernandes, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde; e Fernando Saboia Vieira, chefe da assessoria técnico-jurídica da Secretaria Geral da Mesa da Câmara dos Deputados.
No entanto, a maior parte das visitas é de oficiais do Exército, como o coronel Jean Lawand Júnior, com quem o ex-ajudante de ordens manteve diálogos golpistas, conforme investigação da Polícia Federal.
Um relatório da PF mostrou que, além de uma minuta de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o celular de Mauro Cid continha mensagens entre ele e Lawand, com frases como “convença o 01 a salvar esse país”, “o presidente vai ser preso” e “Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele dê a ordem, que o povo está com ele, cara”.
Entre os militares que visitaram Cid, estão ainda o general Julio Cesar Arruda, que foi Comandante do Exército brasileiro entre 30 de dezembro de 2022 e 21 de janeiro de 2023; o primeiro-tenente Adriano Alves Teperino; o general de brigada Alexandre Oliveira Cantanhede Lago, que foi diretor de Educação Técnica Militar; além do major de infantaria Anderson Azevedo Quixaba.
Mauro Cid depôs à CPMI nesta terça-feira (11). Durante toda a oitiva, ele ficou em silêncio.