O secretário Municipal de Segurança Pública de Belo Horizonte, Genilson Zeferino, afirmou que um grupo de empresários financiava parte dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que estavam no acampamento golpista em frente à 4ª Região Militar do Exército, na Avenida Raja Gabaglia.
De acordo com Zeferino, algumas pessoas eram “profissionais” e que todas as tardes um grupo chegava ao local, recebia um lanche e R$ 50 para permanecerem na via. À noite, uma pessoa armada fazia uma “espécie de ronda” entre os manifestantes.
“O nível de organização também ficou evidente, uma vez que eles não se identificavam pelo nome e tinham técnicas de autodefesa para utilizarem em eventuais abordagens policiais, como demonstraram, ao conseguirem se esquivar, por diversas vezes, durante a abordagem de hoje”, disse Zeferino ao jornal O Tempo.
A estrutura da ocupação foi desmontada pela Guarda Municipal e por agentes da prefeitura na manhã desta sexta-feira (6). Durante a operação, foi identificado ‘gatos’ em cabeamento do acampamento.
“A identificação dos envolvidos e a punição que será imposta a cada um deles, por sua vez, será tarefa da Polícia Civil, que já recebeu hoje mesmo todas as informações reunidas pela Prefeitura, para subsidiar a investigação que cabe agora aos policiais civis”, informou Zeferino.
O secretário também detalhou que um grupo de cerca de 20 jovens foi observado entrando no acampamento no decorrer das manhãs, quando o dinheiro e a comida eram entregues.
Os golpistas tinham o hábito de “se chamarem pela alcunha”, usando codinomes, de forma organizada. Havia mais de 15 barracas alugadas no espaço, com preço médio de R$ 700 por dia, valor que também era bancado pelos empresários, além de 50 Kg de picanha distribuídos aos presentes. No local, foi identificado ainda uma “sala de reunião” improvisada com sofás.