O fato mais escandaloso acerca do ataque indigente de Danilo Gentili a Maria do Rosario é ele ainda estar empregado no SBT.
Silvio Santos continua, portanto, o maior patrocinador de um discurso de ódio abjeto.
O repúdio generalizado — me refiro a quem tem bom senso — deveria levar o dono da emissora a tomar a atitude óbvia de desligar o ex-humorista.
Ao não fazê-lo, Silvio se torna cúmplice da ignomínia e dá a Gentili o salvo conduto para subir o tom da barbárie mais e mais.
Igualmente ensurdecedor é o silêncio dos demais funcionários. Ninguém, em departamento algum, se manifestou.
É coisa de uma empresa doente, num país idem em tempos doentios.
Compare ao que acaba de ocorrer nos EUA.
A CNN mandou embora a comediante Kathy Griffin depois que ela publicou um vídeo em que aparece segurando a cabeça ensanguentada de Donaldo Trump.
Seu colega de longa data, o âncora Anderson Cooper, pontuou que ficou “chocado” e que considerava a imagem “nojenta e completamente inapropriada”.
Kathy, que apresentava o tradicional programa de Ano Novo da casa, pediu desculpas, falando que “foi longe demais”. Não há liberdade de expressão que justifique uma aberração desse quilate.
A CNN é abertamente crítica a Donald Trump, que a acusa de fabricar “fake news”.
Numa coletiva durante a campanha, ele deu uma dura numa repórter. A “organização” para a qual ela trabalhava era “terrível”.
Ainda assim, a CNN se recusou a bancar alguém que passou claramente do limite da civilidade. A sociedade exige uma providência.
Por aqui, seguimos rumo ao penhasco enquanto gente como Silvio, do alto de sua iniquidade, financia fascistas seguidos por outros fascistas.
Ha-Hai.