Enquanto uma comediante é demitida nos EUA por uma piada indigente com Trump, Silvio financia Gentili. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 1 de junho de 2017 às 9:44
Eles

 

O fato mais escandaloso acerca do ataque indigente de Danilo Gentili a Maria do Rosario é ele ainda estar empregado no SBT.

Silvio Santos continua, portanto, o maior patrocinador de um discurso de ódio abjeto.

O repúdio generalizado — me refiro a quem tem bom senso — deveria levar o dono da emissora a tomar a atitude óbvia de desligar o ex-humorista.

Ao não fazê-lo, Silvio se torna cúmplice da ignomínia e dá a Gentili o salvo conduto para subir o tom da barbárie mais e mais.

Igualmente ensurdecedor é o silêncio dos demais funcionários. Ninguém, em departamento algum, se manifestou.

É coisa de uma empresa doente, num país idem em tempos doentios.

Compare ao que acaba de ocorrer nos EUA.

A CNN mandou embora a comediante Kathy Griffin depois que ela publicou um vídeo em que aparece segurando a cabeça ensanguentada de Donaldo Trump.

Seu colega de longa data, o âncora Anderson Cooper, pontuou que ficou “chocado” e que considerava a imagem “nojenta e completamente inapropriada”.

Kathy, que apresentava o tradicional programa de Ano Novo da casa, pediu desculpas, falando que “foi longe demais”. Não há liberdade de expressão que justifique uma aberração desse quilate.

A CNN é abertamente crítica a Donald Trump, que a acusa de fabricar “fake news”.

Numa coletiva durante a campanha, ele deu uma dura numa repórter. A “organização” para a qual ela trabalhava era “terrível”.

Ainda assim, a CNN se recusou a bancar alguém que passou claramente do limite da civilidade. A sociedade exige uma providência.

Por aqui, seguimos rumo ao penhasco enquanto gente como Silvio, do alto de sua iniquidade, financia fascistas seguidos por outros fascistas.

Ha-Hai.

Kathy Griffin