A cassação do mandato de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última terça-feira (16), acendeu um alerta para a situação de seu colega na Operação Lava Jato, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Com informações do O GLOBO.
Moro também enfrenta acusações na Justiça Eleitoral referentes às eleições de 2022, mas por motivos distintos dos que pesam contra Dallagnol.
O mandato de Deltan foi cassado porque os ministros do TSE entenderam que ele deveria ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o que na prática impugna a candidatura do parlamentar nas eleições de 2022. Desta forma, a Corte Eleitoral avaliou que o ex-procurador sequer poderia ter sido candidato no pleito por enquadramento nos critérios previstos de inelegibilidade.
Segundo o relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, Dallagnol pediu exoneração do cargo no Ministério Público Federal (MPF) antes do prazo previsto em lei eleitoral para evitar enquadramento em possíveis processos administrativos.
O caso do senador, por outro lado, diz respeito à conduta de Moro no curso da eleição, com elementos que trazem mais complexidade para a análise, na avaliação de Alberto Rollo, professor de Direito Eleitoral da Escola Paulista de Direito.
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusa o ex-juiz de caixa 2, além de abuso de poder econômico na campanha para o Senado. A ação tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
“Quando é feita essa comparação entre os dois, e o Moro sugere que pode ser o próximo [a ter o mandato cassado pelo TSE], é muito mais um discurso político. É o raciocínio político de que os sete ministros da Corte Eleitoral são contrários às condutas de Moro e Deltan na Lava-Jato”, avaliou Rollo.