Entenda o que são as bombas de fragmentação que Biden enviará à Ucrânia

Atualizado em 8 de julho de 2023 às 13:34
Um B-1 Lancer americano lançando suas bombas de fragmentação

O presidente dos EUA, Joe Biden, declarou que enviar bombas de fragmentação à Ucrânia “foi uma decisão difícil”, mas que ele acabou cedendo pois Kiev “precisa”.

“Esta é uma guerra relacionada a munições. E eles estão ficando sem munição, e estamos com pouca munição”, disse à CNN.

Mais de cem países, incluindo Reino Unido, França e Alemanha, proibiram o uso desses projéteis na Convenção sobre Munições Cluster. Os EUA e a Ucrânia não são signatários. Biden irá para Europa no domingo (9) e participará de uma cúpula da OTAN que decidirá o ingresso da Ucrânia na aliança militar.

As bombas de fragmentação têm sido objeto de intenso debate devido à sua natureza indiscriminada e ao impacto duradouro sobre as populações civis.

Representam um perigo inerente para os civis, com consequências devastadoras que persistem muito depois do término dos conflitos. Essas armas insidiosas dispersam inúmeras submunições por amplas áreas, deixando para trás munições não detonadas que podem mutilar ou matar indivíduos desprevenidos, incluindo crianças, por muitos anos.

As bombas de fragmentação são responsáveis por causar graves danos civis, destruindo infraestruturas vitais e deixando um rastro de sofrimento. Sua utilização viola os princípios do direito internacional humanitário, que busca proteger a população civil durante os conflitos armados.

Há esforços internacionais para banir ou restringir o uso. Tratados e convenções têm sido estabelecidos, refletindo a crescente conscientização sobre os perigos que elas representam. 

As submunições lançadas têm coeficiente de falha de 5% a 40%, podendo as bombas ficar enterradas, sem explodir, por muito tempo depois de terminada a guerra. Alguns especialistas estimam que pelo menos dez mil inocentes foram mortos, e um número muito maior de pessoas foi mutilado pelas bombas de fragmentação em zonas de conflito, desde 1965 espalhadas pelo mundo.

Juntamente com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, o Brasil aparece como um dos três principais fornecedores das bombas de fragmentação empregadas em pelo menos dezenove ataques da coalizão liderada pela Arábia Saudita (que também não aderiu ao tratado) contra forças xiitas Houthis no Iêmen, entre abril de 2015 e fevereiro de 2016.