Entenda por que o Hezbollah usa pagers e walkie-talkies para se comunicar

Atualizado em 18 de setembro de 2024 às 16:08
Pager e walkie-talkie do Hezbollah detonados em ação coordenada no Líbano. Foto: Reprodução

O Hezbollah sofreu seu maior ataque em 40 anos de existência nesta terça (17), quando milhares de pagers explodiram em sequência. Ao menos dois membros do grupo armado morreram após as detonações e milhares de pessoas ficaram feridas.

Nesta quarta (18), outra ação similar deixou mais vítimas: walkie-talkies do grupo foram detonados da mesma forma, matando 14 e ferindo cerca de 450, segundo o Ministério da Saúde local. O Hezbollah culpa Israel pela ação coordenada.

Segundo o jornal francês Libération, os dispositivos, considerados rudimentares, foram adotados pelo grupo como uma forma de impedir a espionagem israelense. Os aparelhos possibilitam uma comunicação paralela sem fios e sem conexões.

À agência de notícias Reuters, fontes do governo libanês relataram que os pagers e walkie-talkies foram comprados há cerca de cinco meses. Os dispositivos substituíram os celulares, que possuem GPS e podem ser rastreados.

Câmera de segurança flagrou momento em que pager explode e homem fica ferido em supermercado no Líbano. Foto: Reprodução

Ambos têm caído em desuso nos últimos anos. Os pagers foram criados na década de 1920, nos Estados Unidos, e se tornaram uma febre entre 1980 e 1990, mas foram substituídos pelos celulares no início dos anos 2000.

Os walkie-talkies, rádios portáteis, surgiram em 1943 e foram usados na Segunda Guerra Mundial por soldados dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. A tecnologia faz uso de ondas sonoras em sinais de rádios que são decodificadas pelo aparelho receptor.

Lideranças do Hezbollah têm desconfiado que seus aparelhos estavam sendo pirateados desde outubro do ano passado, de acordo com o jornal britânico The Guardian. O veículo americano New York Times afirmou que autoridades relataram um plano do Mossad, serviço de inteligência de Israel, para interceptar e implantar detonadores e explosivos nos dispositivos antes da compra pelo grupo armado.

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