A Associação Médicos pela Vida (MPV), condenada pela Justiça a pagar R$ 10 milhões por danos à saúde pública por promover medicamentos ineficazes contra a covid-19, como hidroxicloroquina e ivermectina, continua a disseminar desinformações e tem apostado no discurso antivacina.
Em meio a queda de cobertura vacinal no Brasil, a entidade trabalha conjuntamente e replica métodos de grupos de médicos negacionistas de fora do país. A instituição também recebe apoio e dá visibilidade a empresas de “terapias alternativas”, que oferecem seus produtos como opção a quem não quer tomar o imunizante ou a quem deseja passar por um “detox vacinal”.
Em nota ao Estadão, o Médicos pela Vida disse que faz um “debate científico sério” e negou que esteja promovendo desinformação.
A instituição é o principal grupo médico organizado do país destinado a promover discurso antivacina e outras pautas anticientíficas.
O conteúdo com desinformações é divulgado no próprio site da iniciativa e também conta com lives semanais nas redes sociais próprias e de seus principais líderes, e em eventos presenciais e online.
O Médicos pela Vida ainda tem uma plataforma exclusiva para médicos, onde oferece “cursos de atualização” com foco nas terapias “alternativas” e disponibiliza aos profissionais sugestões de documentos que podem ser usados com os pacientes, como modelos de atestados para a contraindicação de vacinas.